Conselho Federal de Psicologia recorrerá de decisão que mantém “cura gay”
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) anunciou neste sábado (16/12)
que vai recorrer da decisão do juiz federal Waldemar Cláudio de
Carvalho, da 14ª Vara Federal do Distrito Federal, que na última sexta-feira
(15) manteve liminar autorizando psicólogos a pesquisar e
oferecer tratamento a homossexuais que não aceitam sua condição. A
permissão para o processo apelidado de “cura gay”, no entanto, é só para
pessoas que recorram a esses tratamentos de forma voluntária.
Em nota assinada com 23 conselhos regionais de Psicologia, o CFP
classifica como “equivocada” a decisão do magistrado, proferida em uma
ação movida por um grupo de 23 psicólogos que pede a suspensão da
Resolução 1/99 do Conselho Federal de Psicologia. A norma proíbe a
abordagem de comportamentos homossexuais como doença.
No entanto, o juiz Cláudio de Carvalho apontou que a orientação
sexual “egodistônica” – não aceita pelo indivíduo – é um transtorno
psíquico catalogado na Classificação Internacional de Doenças e está
passível de tratamento.
Segundo a nota conjunta dos conselhos, a psicologia trata o
sofrimento psíquico nestes casos “sem utilizar terapias de reversão
sexual”. As entidades também advertem que é necessário “entender que o
sofrimento não está nas orientações sexuais em si mesmas
(homossexualidade, bissexualidade ou heterossexualidade), mas
relacionadas às condições sociais que atribuem sentido pejorativo às
suas expressões e vivências, prejudicando a qualidade da vida psíquica e
social”.
Ao fim do texto, os conselhos declaram que: “A psicologia brasileira
não será instrumento de promoção do sofrimento, do preconceito, da
intolerância e da exclusão”.
Fonte: metrópoles - Publicado por: suedna lima
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