Conheça o padre estripador que em 1916 foi condenado à morte e chocou a igreja
Hans Johannes Schmidt nasceu em 1881, na
pequena cidade de Aschaffenburg, na Alemanha. Desde cedo, sua família
viu com bons olhos a intenção do garoto em ser padre: uma de suas
brincadeiras preferidas era se vestir como tal e celebrar missas no
quintal de casa.
Sua mãe o incentivava e chegou até a
fazer uma gola branca, igual à usada pelos ministros da fé. Dessa forma,
o destino de Hans já estava traçado, levando-o ao seminário na
adolescência.
Porém, essa não era a única paixão do
jovem. Ele passava muito tempo sentado em um matadouro da cidade
assistindo ao abate de animais. Só muito tempo depois se descobriu que
Hans sentia excitação com cenas de agressão.
Os problemas com o sacerdócio
Aos 25 anos, ele foi ordenado padre e
colocado em uma igreja da região. Mas sua primeira experiência não foi
bem-sucedida: ele não se deu bem com os seus superiores e foi enviado
para outra igreja, o que se repetiu ao menos quatro vezes.
Na quarta igreja pela qual passou, Hans
ainda foi acusado de falsificação e chegou a ser levado ao tribunal.
Entretanto, o juiz aceitou as alegações do jovem padre, que afirmou
sofrer com distúrbios psicológicos. Como punição, ele foi suspenso do
sacerdócio.
Com a ajuda dos pais e o dinheiro que
havia extorquido de fiéis fervorosos, ele decidiu se afastar e se mudou
para o Kentucky, nos Estados Unidos. Usando cartas de recomendação
falsificadas, ele logo conseguiu uma colocação em uma paróquia da
região.
O romance proibido
Não demorou muito para que Hans entrasse em conflito e fosse transferido para outra igreja, dessa vez localizada em Manhattan, Nova York.
Não demorou muito para que Hans entrasse em conflito e fosse transferido para outra igreja, dessa vez localizada em Manhattan, Nova York.
Foi
nessas circunstâncias que ele conheceu uma funcionária do local, a
jovem Anna Aumuller, de 21 anos. Ela era austríaca e havia se mudado
para o país em busca de trabalho. Mesmo sendo proibido, os dois se
envolveram amorosamente.
Sem se preocupar com responsáveis pela
igreja, o casal manteve o relacionamento por anos e, em determinado
momento, foram descobertos. Anna foi despedida e Hans, novamente, foi
transferido.
Mesmo afastados da paróquia, eles
queriam provar que para o amor não há barreiras. Assim, decidiram se
casar e o próprio Hans foi o responsável pela cerimônia improvisada.
O assassinato a sangue frio
Em 1913, Anna estava radiante e foi logo contar a novidade a Hans: estava grávida. Entretanto, o futuro pai não ficou feliz com a notícia, já que esconder um casamento era fácil, mas um filho, não.
Em 1913, Anna estava radiante e foi logo contar a novidade a Hans: estava grávida. Entretanto, o futuro pai não ficou feliz com a notícia, já que esconder um casamento era fácil, mas um filho, não.
Sem pensar duas vezes, no dia 2 de
setembro, Hans chegou no apartamento em que Anna morava e a decapitou
usando uma enorme faca de cozinha. O padre ainda serrou seu corpo,
embrulhou as partes em fronhas e as atirou no rio Hudson.
Apenas três dias depois do bárbaro
crime, dois jovens que passavam ao longo da margem do rio viram uma
fronha boiando na água e, por curiosidade, resolveram verificar. Assim
que se depararam com partes de um corpo, chamaram a polícia. Os oficiais
logo identificaram que o cadáver pertencia a uma mulher na faixa dos 30
anos e que estaria grávida.
Ao investigarem as fronhas encontradas
no crime, conseguiram chegar à fábrica que as produziu e, por seus
bordados únicos, a quem havia feito a compra: Anna Aumuller.
No
apartamento da vítima, foram encontradas muitas manchas de sangue pelo
chão e paredes. Foi o senhorio de Anna que contou aos agentes que a
jovem vivia ali e que havia se casado pouco tempo antes.
Eles ainda descobriram que o último
trabalho de Anna tinha sido na igreja em St. Boniface. Lá, os
responsáveis da paróquia disseram aos detetives que ela havia sido
demitida por se envolver com um padre, que naquele momento estava em
Manhattan.
Cerco fechado
Procurado pelos policiais, Hans acabou se entregando: não só confessou o
crime, como contou detalhes sobre as suas falsificações, que envolviam
inclusive um diploma de Medicina, profissão que exercia sem permissão.
Levado novamente a tribunal, Hans tentou
repetir a tática e alegou ter distúrbios psicológicos. O júri se
dividiu: metade queria uma punição pesada, enquanto a outra parte não
aceitava a ideia de prender um padre, acreditando que ele
realmente sofria de alguma doença mental.
O juiz, ciente de todos os crimes
cometidos por Hans, o condenou à morte. No dia 18 de fevereiro de 1916,
Hans se sentou na cadeira elétrica na prisão de Sing Sing.
Novas descobertas
Os policiais ainda viriam a descobrir um apartamento secreto do padre, onde ele guardava uma máquina de falsificar dinheiro e uma série de manuscritos que envolviam planos de assassinatos em série.
Os policiais ainda viriam a descobrir um apartamento secreto do padre, onde ele guardava uma máquina de falsificar dinheiro e uma série de manuscritos que envolviam planos de assassinatos em série.
Em uma igreja de Louisville, onde Hans
tinha ficado por um curto período, o corpo de uma menina de 9 anos foi
achado desmembrado. Outro caso, que na época estava sem solução, foi
ligado ao padre: uma garota havia sido encontrada morta perto da casa de
Hans.
A cada descoberta os oficiais se
espantavam mais: quantas pessoas foram mortas nas mãos do padre? Essa
questão nunca foi respondida.
Fonte: Metropoles - Publicado por: Alana Beltrão
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