Estados Unidos e Coreia do Sul fazem manobras conjuntas após míssil norte-coreano
É o 1º treinamento aéreo conjunto após a Coreia do Norte lançar, na semana passada, um míssil intercontinental. Exercícios só vão terminar na sexta (8)
Os Estados Unidos e Coreia do Sul iniciaram nesta segunda-feira (4) um
grande exercício aéreo conjunto poucos dias depois do lançamento de um
míssil intercontinental norte-coreano. A operação foi considerada por
Pyongyang de "provocação total".
O exercício de cinco dias, batizado de Vigilant Ace, envolve mais de
230 aviões, incluindo caças F-22 Raptor, e mobiliza dezenas de milhares
de soldados.
Durante o fim de semana, o jornal estatal norte-coreano “Rodong”
denunciou as manobras. "É uma provocação aberta, em todos os níveis,
contra a Coreia do Norte, que poderia resultar em uma guerra nuclear a
qualquer momento", afirmou a publicação em um editorial.
"Os belicistas americanos e sua marionete sul-coreana fariam bem em
recordar que seu exercício militar dirigido contra a Coreia do Norte
será tão estúpido como um ato que precipita sua autodestruição",
completou.
O ministério norte-coreano das Relações Exteriores acusou no sábado o
governo de Donald Trump de "querer a guerra nuclear a qualquer preço"
com esta simulação aérea.
O exercício anual começou cinco dias depois do teste norte-coreano de
um míssil balístico intercontinental (ICBM), supostamente capaz de
atingir o território dos Estados Unidos.
Em um momento de grande tensão, no domingo (3) o influente senador
republicano Lindsey Graham citou o fantasma de uma guerra preventiva.
"Se acontecer um teste nuclear subterrâneo, será necessário estar
preparado para uma resposta muito séria dos Estados Unidos", advertiu o
congressista em uma entrevista ao canal CBS.
Ameaças de Pyongyang
As palavras de Graham foram um complemento às declarações de sábado do
assessor de Segurança Nacional de Donald Trump, o general HR McMaster,
que durante um fórum sobre defesa afirmou que a probabilidade de uma
guerra com a Coreia do Norte "aumenta a cada dia".
O isolado e empobrecido regime realizou seis testes nucleares desde 2006, o mais recente deles em setembro.
A Coreia do Norte lançou na quarta-feira passada um novo tipo de míssil
Hwasong 15, com capacidade de transportar uma "ogiva pesada
extragrande" e que pode atingir todo o território continental dos
Estados Unidos. Segundo o líder norte-coreano, Kim Jong-Un, com o teste o
país alcançou o objetivo de tornar-se um Estado nuclear de pleno
direito.
Os analistas consideraram que o mais recente teste mostra o avanço de
Pyongyang na tecnologia militar, mas também destacaram que era muito
provável que para o teste o país utilizou uma ogiva leve e que com uma
ogiva nuclear mais pesada o míssil teria dificuldades para chegar mais
longe.
Também demonstraram ceticismo a respeito da capacidade da Coreia do
Norte de preservar a sobrevivência das ogivas em sua reentrada na
atmosfera.
O programa militar, que rendeu muitas condenações internacionais a
Pyongyang, avançou desde a chegada ao poder de Kim Jong-Un em 2011.
A eleição de Trump como presidente dos Estados Unidos aumentou a tensão
e a ameaça de um conflito, mais de seis décadas depois da Guerra da
Coreia (1950-53) que deixou a península em ruínas.
G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário