Coreia do Norte classifica discurso de Donald Trump como "declaração de guerra"
O artigo do jornal Rodong assegura que a Coreia do Norte "observou com paciência os ridículos atos de Trump até o final"
Apesar do ataque direto, o governo norte-coreano não respondeu às palavras de Trump até o fim da viagem à Ásia - (Foto: Reprodução) |
A Coreia do Norte qualificou nesta quarta-feira (15)
como "declaração de guerra" o duro discurso do presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump, durante a visita, na semana passada, a Seul, no
qual criticou as condições de vida dos norte-coreanos. A informação é da
Agência EFE.
"Os imprudentes comentários soltos por Trump durante a excursão não
podem ser vistos de outra maneira que a confirmação da hostilidade da
Casa Branca contra a RPDC (sigla da República Popular Democrática da
Coreia, nome oficial da Coreia do Norte), e como uma declaração de
guerra", afirmou hoje o Rodong Sinmun, principal jornal do país.
O texto, que classifica o presidente americano como "depravado" e
"velho escravo do dinheiro", assegura que ele "foi ridículo ao manipular
a realidade" e "soltar todo tipo de maldições", durante o discurso de
22 minutos na Assembleia Nacional de Seul no último dia 8 de novembro.
Durante uma dura intervenção, o presidente americano denunciou as
violações de direitos humanos na Coreia do Norte e se dirigiu ao líder
norte-coreano, Kim Jong-un, para dizer-lhe que se o seu avô - Kim
Il-sung - buscava criar um paraíso, "o país acabou se transformando no
inferno".
Apesar do ataque direto, o governo norte-coreano não respondeu às
palavras de Trump até o fim da viagem à Ásia, que incluiu o Japão, a
China, o Vietnã e as Filipinas.
O artigo do jornal Rodong assegura que a Coreia do Norte "observou com paciência os ridículos atos de Trump até o final".
O texto destaca ainda que o líder da Casa Branca foi condenado à
morte na Coreia do Norte por vários crimes como "profanar a dignidade"
do regime e por "soltar toneladas de lixo para pintar de maneira muito
obscura a vida feliz dos moradores da Coreia".
A visita de Trump à Ásia foi marcada por tensões com a Coreia do
Norte e o apelo à comunidade internacional para que esteja unida na hora
de condenar e pressionar o regime norte-coreano a pôr fim ao programa
nuclear e de mísseis.
As referências do político republicano à Coreia do Norte foram
constantes. Ele chegou, inclusive, a chamar Kim Jong-un de "gordo e
baixinho", sem que os meios de comunicação oficiais do país tenham
respondido até agora a essas declarações.
Após um ano de repetidos testes de mísseis, a Coreia do Norte não
lança um único projétil desde 15 de setembro, quando disparou um míssil
de alcance médio que sobrevoou o Japão.
ClickPB com Agência EFE
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