Ministra que tentou furar teto diz nesta segunda-feira que é 'preta, pobre e da periferia'
jose lucena/Futura Press |
RIO
DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A ministra Luislinda Valois (Direitos
Humanos) afirmou em discurso nesta segunda-feira (13) que é "preta,
pobre e da periferia".
A
declaração foi dada quase duas semanas depois que a tucana se queixou
oficialmente ao presidente Michel Temer dos descontos feitos em seu
salário para que não superasse o teto remuneratório previsto na
Constituição. Ela não se referiu diretamente ao episódio.
"Como
mulher preta, pobre e da periferia, conheço o que é viver fora dos
grandes centros", disse ela no lançamento do Programa Emergencial de
Ações Sociais para o Rio de Janeiro. Com investimento previsto de R$ 157
milhões, o programa inclui pacote de ações nas áreas de Justiça,
educação, esporte e direitos humanos, tendo como objetivo atender a 50
mil crianças e jovens.
A uma plateia de jovens atletas de programa da Marinha, Valois disse que "o caminho da retidão é o melhor".
A
ministra desistiu do pedido para acumular o salário integral do cargo
que ocupa atualmente com a aposentadoria de desembargadora.
A aposentadoria bruta da ministra é de R$ R$ 30.471,10 e o seu salário mensal é de R$ 30.934,70.
Com
a regra de abate do teto salarial, no entanto, ela recebe R$ 33.700, o
que equivale ao salário bruto dos ministros do STF (Supremo Tribunal
Federal).
Caso o pedido fosse deferido, a ministra passaria a receber R$ 61,4 mil.
'TRABALHO ESCRAVO'
Na solicitação, ela afirma que o trabalho executado sem a correspondente contrapartida "se assemelha a trabalho escravo".
Filiada
ao PSDB, a ministra é a única negra no primeiro escalão do governo
federal e foi autora da primeira sentença de condenação por racismo, em
1993.
Yahoo com Folhapress
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