Corrupção no Brasil se espalhou de modo 'espantoso', diz Luis Roberto Barroso
O juiz disse que o direito penal brasileiro havia sido "incapaz de punir a criminalidade de colarinho branco que criou um país de ricos delinquentes"

© Valter Campanato/Agência Brasil
O
ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso esteve nesta
segunda-feira (6) em Buenos Aires, onde deu uma palestra sobre corrupção
na Umet (Universidade Metropolitana pela Educação e o Trabalho). O
público era composto essencialmente por juristas de vários países da
América Latina.
Barroso disse que a
corrupção no Brasil se espalhou de modo "espantoso". E acrescentou:
"onde você destampa, vê coisa errada, seja na Petrobras, Caixa Econômica
Federal, BNDES". E acrescentou que as evidências "saltam de qualquer
compartimento que se abra", referindo-se a "áudios, vídeos, malas de
dinheiro, apartamentos".
O juiz disse que o direito penal
brasileiro havia sido "incapaz de punir a criminalidade de colarinho
branco que criou um país de ricos delinquentes".
Barroso se
referiu a Temer e a Lula, ainda que sem citá-los pelo nome. "É
impossível falar sobre o momento institucional brasileiro sem constatar
que o presidente foi denunciado vezes, por corrupção passiva e obstrução
de Justiça. Além disso, um ex-presidente foi condenado por corrupção
passiva em primeiro grau de jurisdição."
Também acrescentou que a
Lava Jato marca um "antes e um depois" na história do país, por ter
mostrado que o que vinha ocorrendo era um "fenômeno generalizado,
sistêmico e plural, que envolveu empresas estatais e privadas, partidos
políticos, membros do Executivo e do Legislativo, com esquemas
profissionais de arrecadação e distribuição de dinheiro desviado".
Barroso
disse que as investigações da Lava Jato "desvendaram "um pacto
oligárquico de saque ao Estado brasileiro, por empresários, políticos e
burocratas."
E reforçou que as cerca de 140
condenações emitidas até agora tornam o Brasil "um dos poucos que
tiveram a capacidade de abrir suas entranhas".
Notícias ao Minuto com informações da
Folhapress
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