Estudantes da rede estadual de ensino se opõem à Escola Integral e cobram melhorias
Protesto dos estudantes na última sexta-feira (17) em João Pessoa - (Foto: Jonata Silva) |
O
Governo do Estado anunciou a criação de mais Escolas Cidadãs Integrais,
aumentando para 100 o número de escolas contempladas com o projeto. Porém, estudantes tem protestado contra a mudança na Educação.
“A
proposta de ensino integral é ótima porque coloca mais condições de
aprendizado para o aluno, no entanto para que o ensino integral se
viabilize é necessário que as escolas tenham estrutura para isso”, conta
Jonata Silva, estudante da rede estadual e representante da Associação
Paraibana dos Estudantes Secundaristas (APES).
Segundo o
estudante, a situação de banheiros dos colégios estaduais, qualidade das
merendas, falta de laboratórios, ginásios e até a remuneração dos
professores precisariam ser reavaliados antes da escola integral ser
colocada em prática.
“Colocar o ensino integral da maneira que
está sendo colocado aqui no nosso estado, na nossa opinião é inviável
porque não temos estrutura para isso”, ressalta.
As escolas
integrais já estão presentes em algumas cidades paraibanas. No total,
onze mil alunos são contemplados em 2017. Com a abertura de mais cem em
2018, mais de 35 mil alunos vão fazer parte desse estilo de ensino.
Jonata
estuda no Lyceu Paraibano, uma das principais e mais antigas
instituições de ensino de João Pessoa. O Lyceu ainda não está na rota
das escolas integrais para o próximo ano, mas para o estudante, isso é
mais um motivo de preocupação.
“Se o Lyceu Paraibano, que é uma
das principais escolas do estado sofre com problemas estruturais, quanto
mais essas outras escolas de bairros que atualmente têm uma estrutura
muito decadente”, aponta.
Na grade integral, o período letivo tem
duração de 9 horas e 30 minutos. Os alunos têm acesso a disciplinas
obrigatórias, e podem participar de aulas de música, teatro, cinema,
empreendedorismo e fotografia. A Escola Estadual Olivina Olívia, próximo
ano vai funcionar dessa forma.
Uma estudante do Olivina que não
quis ser identificada se diz preocupada com alunos que trabalham em
horários opostos ao que estudam, alunos que fazem cursos fora da
instituição, ou que não podem estar de forma integral. A aluna ainda
argumenta que haverá uma redução no número de alunos com a mudança.
“Para onde vamos quando implantarem de vez esse projeto? O que vamos fazer?”, questiona.
Mesa redonda
Na
última sexta-feira (17) alunos da rede estadual fizeram um protesto que
começou na frente do Liceu e chegou até a Praça dos Três Poderes. Além
dos protestos, os estudantes querem ser ouvidos em conversa com o
Governo.
“Quando o governador assina por decreto a criação das
escolas integrais sem discutir com a sociedade, a gente acha que isso é
um equívoco, e um equívoco muito grande. É importante que se faça esse
debate”, ressalta Jonata.
O Portal MaisPB tentou entrar em contato
com o secretário de Educação, Aléssio Trindade, mas até o fechamento
dessa matéria, não tivemos retorno.
Caroline Queiroz – MaisPB
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