domingo, 19 de novembro de 2017

Cabeça de uma pessoa no corpo de outra

Primeira cirurgia de transplante de cabeça humana é realizado em cadáver

(Foto: Reprodução)
Depois de realizar a primeira cirurgia de transplante de cabeça bem sucedida em um cadáver, médicos já consideram a possibilidade de realizá-la em pessoas vivas. O cirurgião italiano Sergio Canavero ficou conhecido por se envolver na primeira operação do tipo.
As técnicas recém-desenvolvidas de reconexão da coluna vertebral com nervos e vasos sanguíneos já viabilizam o funcionamento na cabeça de uma pessoa no corpo de outra. Segundo o médico, o sucesso do procedimento, que durou 18 horas, é um grande avanço e, inclusive, abre portas para outras etapas.
“O primeiro transplante humano em cadáveres humanos foi feito. A próxima etapa é uma troca de cabeça completa entre doadores de órgãos mortos no cérebro e pessoas vivas”, explicou ele durante conferência em Viena, de acordo com o The Telegraph, o primeiro veículo a noticiar o feito.
A execução da cirurgia foi liderada pelo Dr. Xiaoping Ren, da Universidade Médica de Harbin, na China, equipe da qual Sergio faz parte. Em 2016, eles testaram a cirurgia em macacos e obtiveram também um resultado positivo. Embora “tenha dado certo”, segundo o grupo de neurologistas, há médicos que discordam de como é feito procedimento e chegam a dizer que o paciente submetido a ela pode sofrer algo “muito pior do que a morte” devido às dificuldades de adaptação ao novo corpo.
Em 2016, Canavero deu entrevista à BBC e explicou que, para efetuar o transplante em seres humanos vivos, ele precisaria de uma equipe de 150 pessoas, envolvendo médicos e enfermeiros, além de disponibilidade de 36 horas para se dedicar à operação. Ele estimou um custo de R$ 42 milhões a serem pagos pelos pacientes.
O primeiro passo da cirurgia seria congelar o corpo para preservar as células do cérebro. Depois disso, o cérebro seria drenado e receberia uma solução cirúrgica. Em seguida, o pescoço do paciente e do doador seriam cortados, e suas artérias e veias ficariam dentro de tubos de silicone plástico para impedir o fluxo de sangue. Porém, depois de um tempo, os tubos iriam ficar mais frouxos para não prender totalmente a circulação.
A parte final é a mais delicada, segundo o médico, pois envolve o corte da medula espinhal e precisa ser feita com bisturi de diamantes.
Apesar das críticas, Sergio permaneceu firme em seu discurso. “E esse é o último passo para o transplante formal de cabeça para uma condição médica que é iminente”, concluiu. Caso operação seja reconhecida, pacientes como o físico Stephen Hawking, que sofre de doença degenerativa nos músculos, poderão ser beneficiados.
O médico pretende fazer o seu primeiro transplante em pacientes vivos no mês de dezembro. Valery Spiridonov, de 31 anos, que sofre de uma doença degenerativa incurável, se voluntariou para ser o primeiro alvo do procedimento.
Diário de Pernambuco

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