Primeira cirurgia de transplante de cabeça humana é realizado em cadáver
(Foto: Reprodução) |
Depois
de realizar a primeira cirurgia de transplante de cabeça bem sucedida
em um cadáver, médicos já consideram a possibilidade de realizá-la em
pessoas vivas. O cirurgião italiano Sergio Canavero ficou conhecido por
se envolver na primeira operação do tipo.
As técnicas
recém-desenvolvidas de reconexão da coluna vertebral com nervos e vasos
sanguíneos já viabilizam o funcionamento na cabeça de uma pessoa no
corpo de outra. Segundo o médico, o sucesso do procedimento, que durou
18 horas, é um grande avanço e, inclusive, abre portas para outras
etapas.
“O primeiro transplante humano em cadáveres humanos foi
feito. A próxima etapa é uma troca de cabeça completa entre doadores de
órgãos mortos no cérebro e pessoas vivas”, explicou ele durante
conferência em Viena, de acordo com o The Telegraph, o primeiro veículo a noticiar o feito.
A
execução da cirurgia foi liderada pelo Dr. Xiaoping Ren, da
Universidade Médica de Harbin, na China, equipe da qual Sergio faz
parte. Em 2016, eles testaram a cirurgia em macacos e obtiveram também
um resultado positivo. Embora “tenha dado certo”, segundo o grupo de
neurologistas, há médicos que discordam de como é feito procedimento e
chegam a dizer que o paciente submetido a ela pode sofrer algo “muito
pior do que a morte” devido às dificuldades de adaptação ao novo corpo.
Em 2016, Canavero deu entrevista à BBC e
explicou que, para efetuar o transplante em seres humanos vivos, ele
precisaria de uma equipe de 150 pessoas, envolvendo médicos e
enfermeiros, além de disponibilidade de 36 horas para se dedicar à
operação. Ele estimou um custo de R$ 42 milhões a serem pagos pelos
pacientes.
O primeiro passo da cirurgia seria congelar o corpo
para preservar as células do cérebro. Depois disso, o cérebro seria
drenado e receberia uma solução cirúrgica. Em seguida, o pescoço do
paciente e do doador seriam cortados, e suas artérias e veias ficariam
dentro de tubos de silicone plástico para impedir o fluxo de sangue.
Porém, depois de um tempo, os tubos iriam ficar mais frouxos para não
prender totalmente a circulação.
A parte final é a mais delicada,
segundo o médico, pois envolve o corte da medula espinhal e precisa ser
feita com bisturi de diamantes.
Apesar das críticas, Sergio
permaneceu firme em seu discurso. “E esse é o último passo para o
transplante formal de cabeça para uma condição médica que é iminente”,
concluiu. Caso operação seja reconhecida, pacientes como o físico
Stephen Hawking, que sofre de doença degenerativa nos músculos, poderão
ser beneficiados.
O médico pretende fazer o seu primeiro
transplante em pacientes vivos no mês de dezembro. Valery Spiridonov, de
31 anos, que sofre de uma doença degenerativa incurável, se voluntariou
para ser o primeiro alvo do procedimento.
Diário de Pernambuco
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