“Policial que não mata não é policial”, diz Jair Bolsonaro durante evento em São Paulo
Foto: Hélvio Romero/Estadão |
Defensor
da liberação do porte de arma para toda a população, o deputado Jair
Bolsonaro (PSC-RJ) afirmou que “policial que não mata não é policial” ao
ser questionado sobre a questão da segurança pública no Rio de Janeiro,
durante evento realizado pela Revista Veja, em São Paulo. Para ele, policiais envolvidos em autos de resistência nem sequer deveriam ser investigados.
O
deputado também voltou a defender a ditadura militar (1964-1985),
considerou o general Emílio Garrastazu Médici o melhor presidente do
período e afirmou que não é possível “falar em golpe, não” já que o
presidente João Goulart (1961-1964) teria sido cassado pelo Congresso.
ECONOMIA
O
deputado disse que, se eleito, convidará o economista Paulo Guedes,
sócio da BR Investimentos e fundador do Banco Pactual, para comandar a
economia. “Eu fui atrás dele. Fizemos um levantamento de com quem a
gente poderia conversar e aceitasse conversar comigo porque tem gente
que não aceita. Pedi para ele um milagre, estamos namorando. Estamos
apenas mão na mão”, afirmou.
O deputado disse ter encomendado um
“milagre” ao economista que consiste em manter o tripé econômico,
aumentar a arrecadação sem subir impostos, implementar uma reforma da
Previdência que não penalize os militares e desburocratizar a economia.
“Ele
disse que é possível”, afirmou Bolsonaro. “Eu comprei os ingredientes e
quem vai fazer o bolo seria Paulo Guedes”, completou. O presidenciável
recentemente foi alvo de controvérsia ao admitir em uma entrevista que
não entende de economia.
Segundo Bolsonaro, foram feitas duas
reuniões que somam oito horas com o economista. A próxima deve ser na
próxima segunda-feira.
O próprio Bolsonaro também citou o senador
Magno Malta (PR-ES) como alvo de especulações para ser seu candidato a
vice, mas afirmou que por enquanto são apenas boatos.
Bolsonaro
tentou arrefecer o discurso agressivo e falou várias vezes em
“caneladas” que teria dado no passado e que hoje daria respostas
diferentes para temas do passado. Durante entrevista ao jornalista
Augusto Nunes, o deputado chegou a dizer que não é “contra o casamento
gay, mas contra o material escolar (anti-homofobia feito no governo Luiz Inácio Lula da Silva)”.
APLAUSOS
O
parlamentar foi aplaudido várias vezes pela plateia do encontro. Uma
delas quando disse que “ninguém aqui vai chorar” se uma bomba caísse no
Congresso Nacional.
Um dos que aplaudiram Bolsonaro foi o
empresário Oscar Maroni Filho, dono da boate Bahamas. “Quem mais me
chamou atenção foi o Bolsonaro. Ou melhor, o segundo foi o Bolsonaro e o
primeiro foi o Sérgio Moro (juiz responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância)”, disse Maroni, que pagou R$ 1 mil pelo ingresso.
Estadão
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