Jovem morta após combinar carona por WhatsApp foi amarrada e arrastada
O inquérito sobre o caso tem até 30 dias para ser concluído
A jovem de 22 anos que morreu após oferecer uma carona por WhatsApp no
interior de São Paulo teve os braços amarrados por uma corda e foi
arrastada. É o que contou nesta sexta-feira (3), em depoimento à Polícia
Civil de Frutal (MG), o suspeito de roubar e matar a radiologista Kelly
Cristina Cadamuro. Jonathan Pereira do Prado, de 33 anos, deve voltar a
ser ouvido pela polícia na próxima semana. O inquérito sobre o caso tem
até 30 dias para ser concluído.
De acordo com o delegado regional, Cézar Felipe Colombari da Silva,
Prado disse como premeditou e cometeu o crime ocorrido no Triângulo
Mineiro. No relato, o suspeito relatou ter amarrado a vítima após
desacordá-la e, apesar do corpo de Kelly ter sido encontrado seminu,
afirmou não ter cometido abuso sexual.
A radiologista Kelly Cristina Cadamuro foi dada como desaparecida na
última quarta-feira (1º) depois que saiu de São José do Rio Preto (SP)
com destino a Itapagipe (MG) para encontrar com o namorado, que chegou a
alertá-la por mensagem para que ela tivesse cuidado na viagem. O corpo
dela foi encontrado em um córrego entre Itapagipe e Frutal nesta
quinta-feira (2) sem a calça e com a cabeça mergulhada na água. A jovem
foi enterrada na cidade natal, em Guapiaçu (SP), nesta sexta-feira.
Dos três detidos ainda durante a noite desta quinta-feira no interior
de SP, Prado foi o único levado para Frutal, onde as investigações sobre
o crime são conduzidas. Ele foi identificado como sendo o passageiro
para quem ela forneceu carona.
Conforme o delegado regional, o rapaz confessou ter agredido a radiologista e explicou que a jovem ficou seminua porque a calça saiu das pernas enquanto ele a arrastava para o córrego. A calça foi encontrada pela polícia a 3 Km do corpo. A declaração de óbito obtida pelo G1 apontou que ela morreu em decorrência de asfixia e estrangulamento.
Conforme o delegado regional, o rapaz confessou ter agredido a radiologista e explicou que a jovem ficou seminua porque a calça saiu das pernas enquanto ele a arrastava para o córrego. A calça foi encontrada pela polícia a 3 Km do corpo. A declaração de óbito obtida pelo G1 apontou que ela morreu em decorrência de asfixia e estrangulamento.
"Ele admitiu ter feito uso do WhatsApp para armar o crime. Após marcar
a viagem, ele esperou chegar até um trecho sem movimento da rodovia
para pedir que ela parasse o carro para ele urinar", explicou. Ainda de
acordo com a Polícia Civil, o homem relatou que, após a vítima
estacionar o carro na estrada, ele começou a dar socos no rosto dela.
"No depoimento, ele diz que ela reagiu e que houve luta corporal
forte. Ela tentou fugir e até chegou a abrir a porta do carro, mas ficou
presa pelo cinto de segurança. Após isso, ele a estrangulou, amarrou os
braços dela com uma corda que já estava na mochila dele, abandonou o
corpo e fugiu com o veículo e os pertences dela, disse o delegado.
Polícia Civil não descarta estupro
A Polícia Civil informou ainda que Jonathan Pereira do Prado citou
várias vezes durante o depoimento que não tentou abusar sexualmente de
Kelly. Um dos braços dele estava com marcas de arranhões. A
reconstituição do crime é uma possibilidade analisada pela polícia.
"Ele dizia que a intenção era praticar o roubo, mas não descartamos
nada. Os primeiros exames não constatam violência sexual. No entanto,
aguardamos laudo de necropsia com detalhes e o laudo do local do crime
onde teremos mais detalhes. Essa documentação deve ficar pronta em até
10 dias", explicou.
O delegado Cézar Felipe Colombari informou também que tem até 30 dias
para encerrar o inquérito. "Até terça-feira [7], vamos voltar a ouvir o
preso. Precisamos ver se ele segue o mesmo depoimento. Familiares,
amigos e o namorado também podem ser chamados. A polícia acredita que
ela morreu ao reagir ao crime, segue na linha de investigação de
latrocínio, mas não descarta nada. Seguimos os trabalhos", declarou.
Preso demonstrou frieza em depoimento
Durante o depoimento, o homem não demonstrou reações, segundo delegado
Bruno Giovanini de Paula, que ouviu o rapaz na madrugada desta
sexta-feira. O delegado comentou que ele narrava os fatos como se
estivesse contando uma história.
“Estava frio e agindo normalmente. Disse que a viagem até a hora do
crime foi tranquila e que Kelly estava bem calma durante o trajeto.
Acreditamos que a morte aconteceu entre 20h e 21h de quarta (1º)”,
declarou.
O namorado de Kelly, Marcos Silva, disse em entrevista ao G1 que a
garota ofereceu a carona por WhatsApp, mas que a viagem foi combinada
por meio de ligação telefônica, através de uma mulher que alegou ser
namorada do passageiro. Para a polícia, o homem preso contou que a
maioria dos contatos com a radiologista foi feito através do aplicativo
de bate-papo e negou participação de mulher no caso.
"Isso é um fato a ser apurado ainda. Ele falou que combinou com Kelly
que ia viajar ele e a namorada, mas que isso era mentira e uma forma de
passar mais confiança para a vítima. Essa questão ainda vai ser apurada
com mais clareza", esclareceu Bruno.
A Polícia Civil de Rio Preto informou que Prado estava foragido desde
março deste ano do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) de São José
do Rio Preto, quando foi beneficiado em uma saidinha temporária. Ele já
responde por oito crimes: furto, roubo, estelionato, extorsão, ameaça,
lesão corporal, apropriação e uso de moeda falsa.
G1
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