Ministério Público pede anulação de sessão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro que revogou prisão de deputados
O requerimento à Justiça pede a realização de uma nova sessão
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) protocolou
eletronicamente na Justiça, no sábado (18), um mandado de segurança
pedindo a anulação da votação de sexta-feira (17) da Assembleia
Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Na sessão, foi revogada a prisão
dos deputados estaduais Jorge Picciani (presidente da Alerj), Paulo Melo
e Edson Albertassi, todos do PMDB.
Os três deputados se entregaram à Polícia Federal (PF) na quinta-feira
(16), após serem indiciados na Operação Cadeia Velha, que investiga o
uso dos cargos públicos para corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de
divisas, em combinação com as empresas de ônibus.
No pedido divulgado hoje (19), o MP alega que o presidente em exercício
da Alerj durante a sessão, deputado Wagner Montes (PRB), e a mesa
diretora ignoraram a liminar que determinava que a sessão fosse aberta
para todos os cidadãos. O requerimento à Justiça pede a realização de
uma nova sessão, que repita a votação, permitindo o acesso às galerias.
Ao vedar o acesso dos cidadãos às galerias da Assembleia, o MP entende
que os deputados “camuflaram” a sessão pública e, assim, desrespeitaram
“os princípios mais basilares do Estado Democrático de Direito”. O MP
classificou os atos praticados pelo presidente em exercício da Alerj de
arbitrários e ilegais, segundo a nota divulgada por sua assessoria.
Afastamento
Picciani comunicou hoje que vai se licenciar de suas atividades
parlamentares a partir de terça-feira (21) para se dedicar à sua defesa e
do seu filho, Felipe Picciani, que permanece preso em consequência da
Operação Cadeia Velha. A empresa, gerenciada por seu filho e comandada
pela família Picciani há 33 anos, teve a conta bloqueada como parte da
operação.
O presidente da Alerj também informou que aguarda “com serenidade”
movimentos que possam levar a um possível pedido de seu afastamento, bem
como o de Paulo Melo e Edson Albertassi. Caso o pedido se concretize,
Picciani afirma que pretende recorrer.
Agência Brasil
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