Advogada revela que denúncia de assédio na OAB-PB foi armação
Na declaração, Cristina, que é membro do Tribunal de Ética da Entidade, narra toda a armação de Lanusa e explica a razão de haver colaborado com ela na construção do assédio.
Escritura Pública de Declaração revela envolvimento de diretores da OAB em acusações de assédio - (Foto: Walla Santos) |
O ClickPB teve acesso com exclusividade a uma
Escritura Pública de Declaração onde a advogada Edith Cristina revela
que a acusação de assédio envolvendo o secretário-geral da Ordem dos
Advogados do Brasil, seccional Paraíba (OAB-PB) foi inventada pela
funcionária Lanusa do Monte por “vingança”.
Na declaração, Cristina, que é membro do Tribunal de Ética da
Entidade, narra toda a armação de Lanusa e explica a razão de haver
colaborado com ela na construção do assédio. Também descreve um possível
interesse político no esquema pelo vice-presidente, Raoni Vita, e pela
tesoureira, Thainá Freitas.
Cristina conta que Lanusa tornou-se amiga dela por interesse, porque
buscava apoio para planejar a acusação de assédio. Disse que Lanusa
pediu que ela também afirmasse ter sido assediada pelo secretário-geral.
Confessou Cristina que por amizade se prestou a tal artifício.
Participação na farsa
Por confiar em Lanusa, que a tratava como mãe e era sua confidente,
Cristina confessa que, a pedido dela, chegou a admitir ter sido
assediada pelo secretário e colaborou com a trama que ela armou para
arrancar a confissão da funcionária da OAB Eliane Andrade, “que teria
sido assediada por ele há mais de 17 anos atrás”.
Tentativa frustrada
De acordo com Cristina, Lanusa confidenciou haver também tentado, sem
sucesso, obter declaração de assédio de Clotilde e Ana, funcionárias da
OAB. A primeira porque o secretário, certa vez, deu-lhe carona. A
segunda, porque teria trabalhado com o secretário no Governo do Estado,
na gestão de José Maranhão.
Possível participação dos diretores na trama
A advogada relatou que Lanusa reconheceu ter “feito besteira” e
achava por isso que iria ser demitida, e nesse momento procurou a
tesoureira Thainá, que assegurou a ela que ficasse sossegada porque
tanto ela quanto Raoni não permitiriam a demissão, porque tinham maioria
na diretoria, e que inclusive iria fazer resolução para transferir do
presidente para a diretoria o poder de demissão de funcionário da OAB.
Ela relatou, ainda, que Raoni e a tesoureira atraíram Paulo Maia para
o gabinete desta última, na Tesouraria, quando Lanusa fez as acusações
de assédio, e o marido ameaças ao secretário.
Cristina disse que, na ocasião, propôs a transferência de Lanusa para
a Escola Superior da Advocacia – ESA. Mas a sugestão foi passada por
Lanusa, porque a medida era de interesse do vice-presidente e da
tesoureira, que necessitavam de pessoa de confiança naquele setor.
Revelação da trama
Cristina revelou que, em certa ocasião, perguntou a Lanusa se ela
tinha alguma prova ou havia gravado alguma conversa com o secretário.
Nesse momento, ela confessou a trama, dizendo que tudo foi armado para
evitar a demissão, para ser transferida para a ESA e se vingar do
secretário-geral “que lhe tirou de cargo da Presidência sem nenhum
motivo”.
Na Declaração Pública está escrito, também, que Lanusa teria dito que
seria grata a Raoni e Thayná, porque foram os únicos que lhe deram
apoio na acusação contra o secretário-geral, e que prometera a eles que
seria uma “guerreira” na campanha de Carlos Fábio para Presidente da
OAB.
ClickPB
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