Delegado responsável pela operação na casa de filho do ex-presidente Lula é afastado
Na terça-feira (10), a Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Marcos Lula, em Paulínia
© REUTERS/Ueslei Marcelino
O
secretário estadual da Segurança Pública, Mágino Alves, determinou
na última quarta-feira (11) que o delegado responsável pela operação na casa
de Marcos Lula da Silva, filho mais velho do ex-presidente Lula, se
afaste do caso.
Na terça-feira (10), a
Polícia Civil cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de Marcos
Lula, em Paulínia (117 km de São Paulo), após uma denúncia anônima de
que haveria drogas naquele endereço.
Segundo a coluna "Mônica
Bergamo", não foram encontrados entorpecentes na residência. Além disso,
a polícia apreendeu dois notebooks, CDs, DVDs, disquetes e documentos
de Marcos Lula.
Em nota enviada à Folha de S.Paulo, a pasta afirma
que investigará essa diligência em um procedimento administrativo e
que, para preservar a apuração, afastará o comissário Rodrigo Luís
Galazzo.
O secretário se reuniu nesta quarta com seis deputados
estaduais do PT: Alencar Santana Braga, Enio Tatto, Ana do Carmo, Márcia
Lia, José Américo e José Zico Prado.
O partido avalia que o delegado "agiu com clara finalidade política de perseguir Lula e sua família".
"A
alegação de que houve uma denúncia anônima sobre drogas e armas em um
determinado endereço não se sustenta por algumas razões. A principal
delas é que não havia nada no local e tão pouco tinha como haver que
justificasse tal medida", afirmou a bancada do partido na Assembleia
Legislativa de São Paulo, também em nota.
Segundo os
parlamentares, no pedido de busca e apreensão encaminhado à Justiça
constavam dois endereços ligados a Marcos Lula: sua atual residência e a
antiga. No entanto, afirmam, a denúncia só se referia a um local. "Essa
é a prova cabal de que os delegados agiram com finalidade política",
afirma o PT.
Alencar Santana, líder da bancada na Assembleia, diz
que, além da questão dos endereços, os deputados abordaram a apreensão
dos computadores e documentos.
"A ordem é para apreender armas e
drogas, como ele sai de lá com papéis e computadores?", afirma Alencar.
"O conjunto de erros dá margem a entender que o objetivo do delegado era
político e que não tem sentido ele apurar qualquer coisa desse
procedimento."
De acordo com o petista, o secretário disse que
investigaria a operação para investigar a conduta dos agentes e que,
naquele momento, não era possível afirmar se a operação foi ilegal ou se
estava correta.
A Secretaria de Segurança Pública informa que a
ordem judicial determinava a apreensão de "entorpecentes ou objetos que
poderiam estar ligados ao crime". A pasta diz que investigará se houve
equívoco do delegado ao retirar do local computadores e documentos mesmo
que não tenha encontrado indícios de drogas.
Sobre o destino dos computadores e documentos Marcos Lula, caberá à Justiça decidir o que será feito com o material apreendido.
A reportagem não conseguiu
contato com o delegado até a publicação desta reportagem. A Secretaria
de Segurança Pública afirmou que ele não irá se pronunciar.
Notícias ao Minuto com
informações da Folhapress.
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