Polícia prende prefeita do interior do Maranhão por fraude na compra de caixões funerários
A pedido do Ministério Público do Maranhão, Lidiane
Leite da Silva, que administrou Bom Jardim, a 277 quilômetros da capital
São Luís

Com base em uma denúncia do Ministério Público do Maranhão, por meio
da Promotoria de Justiça da Comarca de Bom Jardim, a Justiça decretou a
prisão preventiva de Lidiane Leite da Silva, a "ostentação", ex-prefeita
do município localizado a 277 quilômetros da capital São Luís, e de seu
marido, o ex-secretário de Articulação Política, Humberto Dantas dos
Santos, o Beto Rocha.
A pedido do Ministério Público, a prisão preventiva de Lidiane,
efetivada nesta terça-feira, 24, pela Superintendência Estadual de
Prevenção e Combate à Corrupção, foi convertida em prisão domiciliar.
Ela é mãe de duas crianças, a mais nova com cinco meses de idade.
Dessa forma, destaca a Promotoria, "preserva-se os interesses das
crianças, de acordo com a previsão do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA) e da Constituição Federal".
Beto Rocha, apesar de também ter tido a prisão preventiva decretada
pelo juiz Raphael Leite Guedes, titular da Vara de Bom Jardim, não foi
encontrado pela Polícia. Ele está foragido.
Lidiane ficou famosa porque exibia nas redes sociais luxos e silhueta provocante na época em que era prefeita.
O marido de Lidiane responde a cinco ações penais na Justiça Estadual
e a outras duas em nível federal. Além disso, ele já é condenado a dois
anos de reclusão por corrupção eleitoral, informa a Promotoria.
Lidiane, por sua vez, responde a quatro ações penais na Comarca de
Bom Jardim e a outra que tramita na Justiça Federal. As penas previstas
em todas as ações poderão resultar em 50 anos de prisão para Beto Rocha e
40 anos para Lidiane, em caso de condenação.
As prisões preventivas foram decretadas com base em uma denúncia,
formulada pelo promotor de justiça Fábio Santos de Oliveira, sobre uma
licitação fraudulenta para aquisição de caixões funerários para o
município de Bom Jardim.
O valor pago pelo suposto fornecimento de 265 caixões teria sido de R$ 135 mil.
De acordo com a ação, o procedimento licitatório foi forjado, tendo
como suposta vencedora a Funerária São João, de propriedade de Rosyvane
Silva Leite, também alvo da denúncia.
Outro acusado foi o então pregoeiro do Município, Marcos Fae Ferreira França.
Além da grande quantidade de urnas funerárias, a Assessoria Técnica
da Procuradoria Geral de Justiça apontou "uma série de irregularidades
no suposto processo de licitação".
Entre eles estão a ausência de justificativa para a contratação, a
falta de pesquisa de preços prévia e o fato do parecer jurídico, que
deveria embasar a licitação, ter sido emitido em 13 de março de 2013
enquanto o edital do certame é datado de 15 de fevereiro, quase um mês
antes.
Também não foi comprovada a publicação do resumo do edital na
internet e em jornal de grande circulação, bem como foram encontradas
inconsistências na documentação apresentada pela empresa, acentua a
Promotoria.
Na denúncia, o Ministério Público aponta a existência de "diversos
crimes previstos na Lei de Licitações (8.666/93), falsidade ideológica,
peculato e associação criminosa".
Lidiane é acusada, ainda, de crime de responsabilidade.
COM A PALAVRA, LIDIANE
A reportagem ligou para a defesa de Lidiane "ostentação", que não atendeu. O espaço está aberto mara manifestação.
Fonte: Estadão
Fonte: Estadão
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