quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Pergunta sem resposta

Questão para você pensar: A morte é uma mera ilusão da percepção humana?


Será que a vida é fundamentalmente diferente de coisas mortas? O físico Erwin Schrödinger definiu a vida da seguinte maneira: 
“Seres vivos evitam declinar para um estado de desordem e equilíbrio.”
O que isto significa? Vamos supor que a tua pasta de downloads é o universo. Começou organizada, e tornou-se progressivamente caótica com o passar do tempo. Ao dedicar-lhe energia, você cria ordem e limpa a pasta. Isto é o que seres vivos fazem.
Mas o que é a vida?
Todo o ser vivo neste planeta é composto de células. Basicamente, uma célula é um robô feito de proteínas pequeno demais para sentir ou experimentar o que quer que seja. Essas são as características que definimos para a vida:
  • Ela tem uma barreira que a separa das redondezas, criando ordem;
  • Ela se ajusta e mantém um estado constante;
  • Ela come coisas para se manter viva;
  • Ela cresce e se desenvolve;
  • Ela reage ao ambiente;
  • E é sujeita à evolução;
  • E ela produz cópias de si mesma.
Mas de todas as coisas que se constroem uma célula, nenhuma é viva. Materiais reagem quimicamente com outras coisas, formando reações que iniciam outras reações que iniciam outras reações.
Numa única célula, todo segundo vários milhões de reações químicas ocorrem, formando uma harmonia complexa. Uma célula pode fazer milhares de tipos de proteínas: algumas muito simples, outras como máquinas complexas e muito pequenas.
Imagine dirigir um carro a 100km/h enquanto constantemente reconstrói todas as partes dele com coisas que encontra pela rua. Isto é o que células fazem. Mas nenhuma parte da célula está viva; tudo é matéria morta movida pelas leis do universo.
Então seria a vida é um agregado de todos esses processos de reação?
Eventualmente, tudo que é vivo morrerá. O objetivo do processo todo é prevenir isso produzindo novas entidades; ou seja, com o DNA. A vida é, de certa forma, apenas um amontoado de coisas que carregam a informação genética por aí. Toda forma de vida está sujeita à evolução, e o DNA que desenvolve a melhor forma de vida para si continuará no jogo.
Então o DNA é a vida?
Se você considerar o DNA fora de seu invólucro, certamente será uma molécula muito complexa, mas que não pode fazer nada por si própria.
É aí que os vírus complicam as coisas. Eles são basicamente cadeias de RNA ou DNA num invólucro pequeno e precisam das células para conseguirem fazer qualquer coisa. Nós não sabemos se devemos considerá-los vivos ou mortos. Ainda assim, há 225 milhões m³ de vírus na Terra. Eles parecem não se importar do que pensamos deles.
Há ainda vírus que invadem células mortas e as reanimam assim elas podem hospedá-los, o que embaça a linha ainda mais.
Ou mitocôndrias. Elas são as usinas das células mais complexas e eram bactérias independentes que formaram uma parceria com células maiores. Elas ainda têm seu próprio DNA e podem se multiplicar por si próprias, mas elas não vivem mais; elas estão mortas.
Assim elas trocaram a própria vida para a sobrevivência do seu DNA, o que significa que formas de vida podem evoluir para coisas mortas contanto que seja benéfico para seu código genético.
Assim, talvez a vida seja uma informação que conduz a garantia de que haja uma existência contínua.
Mas e a inteligência artificial?
Por nossa definição comum, nós estamos muito próximos de criar vida artificial nos computadores. É apenas uma questão de tempo até que a nossa tecnologia chegue lá. E isto não é ficção científica, também; há muitas pessoas inteligentes trabalhando ativamente nisto.
Nós também podemos argumentar que vírus de computador são vivos: eles se reproduzem para manter sua informação.
Hum, ok. O que é a vida então?
Coisas, processos, DNA, informação? Isto pode se tornar confuso rapidamente. Há uma certeza: a idéia que vida é fundamentalmente diferente de coisas mortas porque elas contém algum elemento não físico ou são governados por princípios diferentes dos objetos inanimados acabou sendo errada.
Antes de Charles Darwin, os humanos definiram uma linha entre si próprios e o resto das formas de vida; havia algo mágico sobre nós que nós fez especiais. Quando tivemos que aceitar que somos como qualquer outra forma de vida, um produto da evolução, nós definimos uma linha diferente.
Mas quanto mais aprendemos o que computadores podem fazer e como a vida funciona, mais nos aproximamos de criar a primeira máquina que se encaixa na nossa descrição de vida, e mais a imagem de nós mesmos corre risco novamente. E isto acontecerá cedo ou tarde.
E aqui está outra questão para você: se tudo no universo é feito da mesma coisa, isso significa que tudo no universo está morto ou que tudo no universo está vivo?
Esta é uma pergunta complexa?
Isto significa que nunca morreremos porque, em primeiro lugar, nunca estivemos vivos? É a vida e morte uma questão irrelevante e nunca notamos? É possível que nós somos uma parte do universo maior do que imaginamos?
Não olhe para nós. Não temos nenhuma resposta para você. São apenas questões para você pensar.
Afinal, é se pensando em questões como estas que nos faz sentir vivos e nos dá algum conforto. 
[Texto vertido por Amara.org, via Gizmodo] - Por: Marcelo Ribeiro

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