Construtora Odebrecht pagou propina à cúpula do PMDB, mostram arquivos
A Procuradoria-Geral da República localizou ordens de pagamentos e descartou fraudes na criação dos arquivos
Em busca de provas para corroborar os depoimentos dos delatores da
Odebrecht, a Procuradoria-Geral da República encontrou, no sistema
eletrônico da empresa, arquivos originais com os nomes do ministro
Eliseu Padilha (Casa Civil) e do ex-ministro Geddel Vieira Lima. A PGR
localizou ordens de pagamentos e descartou fraudes na criação dos
arquivos.
Os relatórios da SPEA (Secretaria de Pesquisa e Análise), órgão técnico
da PGR, foram produzidos por um perito criminal entre 27 de julho e 8
setembro deste ano.
Os nomes dos dois peemedebistas estavam em uma planilha no sistema da
Odebrecht que os associa aos codinomes "Fodão" e "Babel",
respectivamente.
A análise da PGR também encontrou arquivos originais com programações
de pagamentos para o ministro Moreira Franco (Secretaria-Geral) e os
ex-deputados Eduardo Cunha (RJ) e Henrique Alves (RN), todos do PMDB.
Segundo os relatórios, eles estavam identificados por codinomes que,
para serem vinculados às pessoas, dependem dos depoimentos.
Para investigadores, a importância dos arquivos reside no fato de
mostrar que foram criados e modificados na época dos repasses delatados,
e não forjados recentemente.
A existência deles, porém, não comprova a efetiva entrega do dinheiro aos políticos.
Todos eles – Padilha, Moreira, Cunha, Geddel e Alves – são apontados nas
delações como operadores de arrecadação de recursos da empreiteira para o
PMDB. Os três últimos estão presos.
Os relatórios foram anexados aos autos da segunda denúncia contra
Michel Temer e a cúpula do PMDB, incluindo os ministros Padilha e
Moreira Franco.
As informações são de reportagem de Reynaldo Turollo Jr e Rubens Valente na Folha de S.Paulo.
Brasil 247
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