Sérgio Cabral vai para prisão que abriga terroristas e traficantes em Mato Grosso do Sul
Ex-governador do Rio será transferido para o presídio federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, onde já esteve o traficante Fernandinho Beira-Mar
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral - (Vagner Rosário/VEJA.com) |
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) será
transferido para a Penitenciária de Campo Grande, em Mato Grosso do
Sul. A data da remoção não foi informada pelo Departamento
Penitenciário, vinculado ao Ministério da Justiça, por questões de
segurança.
A decisão de mandar o ex-governador para um presídio federal
foi tomada pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal, do
Rio, na segunda-feira 23 após pedido do Ministério Público Federal. A
ordem foi mantida pelo desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional
Federal da 2ª Região (TRF2), na terça-feira 24, em habeas corpus da
defesa do peemedebista.
Na segunda-feira, durante uma audiência em ação penal na
qual é réu por lavagem de dinheiro por meio da compra de joias
sofisticadas para ele e para a mulher, Adriana Ancelmo, o ex-governador
insurgiu-se contra o juiz Bretas, que já o condenou a 58 anos de prisão –
outros 14 anos, somando 72 anos de pena no total, foram aplicados a
Cabral pelo juiz Sérgio Moro, de Curitiba. Na audiência, Cabral disse
que tinha informações sobre atividades da família do magistrado como
vendedores de bijuterias. Bretas sentiu-se ameaçado.
“É no mínimo suspeito e inusitado o acusado, que não só
responde a esta processo como outros, venha aqui trazer em juízo
informações sobre a rotina da família do magistrado. Além de causar
espécie, como bem observou o MPF, de que apesar de toda a rigidez ele
tenha se privilegiado de informações que talvez ele não devesse”, disse
Bretas durante a audiência.
Preso desde 17 de novembro de 2016, Cabral ocupa uma cela na
Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica (zona norte do Rio).
Outros presos
Na Penitenciária de Campo Grande, está detido um grupo
de terroristas que foi alvo da Operação Hashtag, nome da investigação
da Polícia Federal que prendeu há cerca de um ano dez pessoas acusadas
de planejar um atentado no Brasil.
No mesmo local também está preso José Roberto
Fernandes Barbosa, o Zé Roberto da Compensa, líder da facção
criminosa Família do Norte (FDN). Compensa foi quem ordenou o massacre
que deixou 56 detentos mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim
(Compaj), em Manaus, em janeiro deste ano. Ao todo, 210 presos foram
indiciados por envolvimento no massacre.
Campo Grande também abrigou o traficante Luiz Fernando
da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, atualmente detido na Penitenciária
Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Beira-Mar foi condenado a
quase 320 anos de prisão por tráfico de drogas, associação criminosa e
homicídios.
Veja - Por Estadão Conteúdo
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