Como país membro da Unesco, Estados Unidos anunciam saída da organização
Imagem de arquivo da sede da Unesco em Paris (Foto: Reuters/Philippe Wojazer) |
Os
Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira (12) oficialmente sua
decisão de se retirar da Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (Unesco). O país permanecerá como membro da
entidade até o final do ano.
Segundo
o Departamento de Estado norte-americano, os EUA pretendem estabelecer
uma missão permanente como “observadores” nesse organismo.
“Não
foi uma decisão fácil e reflete as preocupações dos EUA com pagamentos
em atraso na Unesco, a necessidade de reformas fundamentais na
organização e a continuidade do viés anti-Israel na Unesco”, informou o
departamento.
Os
EUA reduziram substancialmente suas contribuições em dinheiro para a
Unesco em 2011, em protesto contra a decisão de permitir o ingresso
pleno dos palestinos na entidade.
Na
época, o financiamento norte-americano equivalia a pouco mais de 20%
das verbas totais da Unesco, a primeira agência da ONU em que os
palestinos buscaram integração como membro total.
EUA,
Canadá e Alemanha votaram contra o ingresso dos palestinos. Brasil,
Rússia, China, Índia, África do Sul e França, entre outros, votaram a
favor. O Reino Unido se absteve.
Reação da Unesco
A entidade lamentou publicamente a saída dos EUA como país membro da organização.
A
diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, disse lamentar profundamente a
decisão dos EUA de se retirar da entidade, após ter recebido a
notificação oficial do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson.
Bokova acrescentou que a decisão dos EUA marca uma perda para o multilateralismo e para a “família das Nações Unidas”.
Saída de Israel
No
ano passado, Israel anunciou a suspensão de sua cooperação com a
Unesco, um dia depois de uma votação criticada pelos israelenses sobre
um local sagrado de Jerusalém. Do ponto de vista israelense, a decisão
seria uma negação do vínculo milenar entre os judeus e a cidade.
Na
resolução aprovada pelos estados membros da Unesco, Israel foi
criticada por restringir o acesso de muçulmanos a um local, reverenciado
por judeus e muçulmanos, que é conhecido por judeus como Monte do
Templo e por muçulmanos como al-Aqsa our Haram al-Sharif.
Jerusalém
Oriental é a parte palestina de Jerusalém ocupada desde 1967 por
Israel, e anexada posteriormente, e que os palestinos aspiram a tornar a
capital de seu futuro Estado.
G1
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