Minc divulga reconhecimento da Feira de Campina Grande como patrimônio cultural
A
87ª reunião do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao Ministério da
Cultura (MinC), realizada na última quarta-feira (27), em Brasília,
aprovou, por unanimidade, o registro da Feira de Campina Grande, na
Paraíba, na categoria Lugar do Patrimônio Cultural Brasileiro de
natureza imaterial.
A aprovação do registro foi acompanhada por
parlamentares paraibanos e por feirantes, que levaram alguns dos
produtos comercializados para degustação.
Para a presidente do
Iphan, Kátia Bogéa, a apreciação de uma equipe de registro da Feira de
Campina Grande marca o fim de um trabalho feito com a comunidade.
“Depois
de muita pesquisa, a instrução do processo de registro, o inventário
nacional de referências culturais e uma grande equipe envolvida, o
Iphan, que já tinha reconhecido a Feira de Caruaru, em Pernambuco, fez o
mesmo com Campina Grande. Esse registro foi muito emocionante, pois
envolveu toda a comunidade. É muito gratificante, para o Iphan, fazer um
trabalho com esse aprofundamento, que permite captar a alma desta
nação”, comemorou.
O feirante Cícero Rodrigues, que há gerações
comercializa seus produtos na Feira de Campina Grande, acredita que o
reconhecimento é um passo muito importante para todos.
“Para nós, é
fundamental saber que o governo tem o intuito de proteger aquilo
representa o sustento de centenas de famílias e também nossa cidade. A
Feira de Campina Grande é como uma árvore que sempre deu frutos, mas
hoje, depois de se tornar patrimônio brasileiro, essa mesma árvore dará
frutos de melhor qualidade”, disse.
Ulpiano Meneses, conselheiro
do Iphan e relator do processo de registro da Feira de Campina Grande,
destacou as características que tornam o local relevante sob o ponto de
vista do patrimônio.
“Mais do que singularidades, é preciso
ressaltar a intensidade e a consistência com que a Feira de Campina
Grande tem funcionado dentro de padrões comunitários aptos a
qualificá-la culturalmente. Isto é, de fazer com que tudo aquilo que uma
feira faz seja feito com uma espécie de fermento que faz crescer
sentidos, significados, valores, capazes de favorecer inteligibilidades,
horizontes de reorganização simbólica dos diversos modos de ser humano,
combustível para ações de todo tipo, inclusive na resistência a
ameaças”.
A Feira de Campina Grande é um lugar de referência, de
criação, de expressão, de sociabilidade e de identidade do povo
nordestino. As trocas mercadológicas se misturam às trocas de
significados e sentidos, tornando-a um lugar onde se concentram e
reproduzem práticas culturais.
MaisPB
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