terça-feira, 3 de outubro de 2017

Aprovado por unanimidade

Minc divulga reconhecimento da Feira de Campina Grande como patrimônio cultural

A 87ª reunião do Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), entidade vinculada ao Ministério da Cultura (MinC), realizada na última quarta-feira (27), em Brasília, aprovou, por unanimidade, o registro da Feira de Campina Grande, na Paraíba, na categoria Lugar do Patrimônio Cultural Brasileiro de natureza imaterial.
A aprovação do registro foi acompanhada por parlamentares paraibanos e por feirantes, que levaram alguns dos produtos comercializados para degustação.
Para a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, a apreciação de uma equipe de registro da Feira de Campina Grande marca o fim de um trabalho feito com a comunidade.
“Depois de muita pesquisa, a instrução do processo de registro, o inventário nacional de referências culturais e uma grande equipe envolvida, o Iphan, que já tinha reconhecido a Feira de Caruaru, em Pernambuco, fez o mesmo com Campina Grande. Esse registro foi muito emocionante, pois envolveu toda a comunidade. É muito gratificante, para o Iphan, fazer um trabalho com esse aprofundamento, que permite captar a alma desta nação”, comemorou.
O feirante Cícero Rodrigues, que há gerações comercializa seus produtos na Feira de Campina Grande, acredita que o reconhecimento é um passo muito importante para todos.
“Para nós, é fundamental saber que o governo tem o intuito de proteger aquilo representa o sustento de centenas de famílias e também nossa cidade. A Feira de Campina Grande é como uma árvore que sempre deu frutos, mas hoje, depois de se tornar patrimônio brasileiro, essa mesma árvore dará frutos de melhor qualidade”, disse.
Ulpiano Meneses, conselheiro do Iphan e relator do processo de registro da Feira de Campina Grande, destacou as características que tornam o local relevante sob o ponto de vista do patrimônio.
“Mais do que singularidades, é preciso ressaltar a intensidade e a consistência com que a Feira de Campina Grande tem funcionado dentro de padrões comunitários aptos a qualificá-la culturalmente. Isto é, de fazer com que tudo aquilo que uma feira faz seja feito com uma espécie de fermento que faz crescer sentidos, significados, valores, capazes de favorecer inteligibilidades, horizontes de reorganização simbólica dos diversos modos de ser humano, combustível para ações de todo tipo, inclusive na resistência a ameaças”.
A Feira de Campina Grande é um lugar de referência, de criação, de expressão, de sociabilidade e de identidade do povo nordestino. As trocas mercadológicas se misturam às trocas de significados e sentidos, tornando-a um lugar onde se concentram e reproduzem práticas culturais.
MaisPB

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