quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Produto típico de Minas Gerais

PRODUÇÃO DA CACHAÇA EM MINAS GERAIS, ESTADO COM TRADIÇÃO NA ARTE ARTESANAL DA BEBIDA

Dia Nacional da Cachaça
Produção de cachaça em Minas e no Brasil está cada vez mais diversificada - (Foto: Flávia Cristini/G1)
Em Minas Gerais, estado hoje com tradição na arte da cachaça artesanal, a produção começa mais tarde, na segunda metade do século 17. “A partir do final do século 17 e durante o século 18, Minas era a província mais populosa, inclusive de população escrava. Havia o maior consumo de bebidas e esse consumo era abastecido por bebidas feitas na terra. A cachaça era produzida no fundo de quintal. Era mais fácil fazer a cachaça que trazer vinhos de Portugal. Para atender essa demanda, fabricava-se muita cachaça. Aos poucos, virou um produto típico de Minas Gerais”, explica.
A cachaça Germana, marca produzida há mais de 26 anos em Nova União, região central de Minas, chega a produzir 300 mil litros da bebida por ano. O gerente comercial da marca, Márcio Gomes, disse que eventos como o Dia Nacional da Cachaça são muito importantes para mostrar o valor desta bebida que é genuinamente brasileira.
Segundo Gomes, uma das maiores conquistas da Germana foi a criação de uma casa noturna para divulgação da marca. “O Alambique foi criado para divulgar nossa cachaça. Ele cresceu e hoje é uma casa noturna para 25 mil pessoas. Isso é uma conquista muito importante”, disse.
Quem faz parte deste mercado e consegue manter o ritmo da produção e a qualidade, se mostra entusiasmado. O produtor da cachaça Rainha do Vale, feita há mais de 15 anos em Minas, explica que o segredo para uma cachaça de qualidade está na paixão dos produtores. “O produtor mineiro é um apaixonado pelo que faz. Esse carinho na hora da fabricação é que assegura a existência da cachaça mineira. Os pequenos detalhes fazem a diferença”, disse Márcio Vieira de Moura, que chega a produzir 70 mil litros da bebida por ano.
Moura não revela o segredo para conseguir uma bebida de qualidade, mas diz que os quatro passos da fabricação da cachaça, matéria-prima, fermentação, destilação e o armazenamento, devem ser feitos com muita paciência e cuidado para que tudo saia como o planejado.
Dia Nacional da Cachaça
Ronaldo Garcia Filho e o pai revendem cachaça há 17 anos - (Foto: Flávia Cristini/G1)
Bom negócio
Ronaldo Garcia não produz cachaça, mas revende há 17 anos. Em duas barracas no Mercado Central de Belo Horizonte, ele tem para oferecer mais de 300 marcas. “Temos o belo-horizontino e o turista como cliente. O pessoal de fora que vem a Minas sempre leva uma cachacinha”, conta. Muitas da marcas revendidas vêm da região do norte de Minas, em que se destacam na produção cidades como Salinas, Januária e Buenópolis.
Com tantos anos de prática, Garcia também é um grande apreciador e diz não dispensar uma dose no fim de semana. Para o sabor ser ainda melhor, um detalhe pode fazer toda a diferença. “Tacinha de cristal, que veio lá de Santa Catarina”, mostra o comerciante. Segundo ele, a boca da taça no formato mais aberto faz com que o cheiro forte do álcool não atrapalhe na hora de degustar a cachaça.
O conhecimento adquirido sobre a bebida foi passado para o filho, que o acompanha desde os 15 anos. “Não comecei a beber nessa idade”, brinca Ronaldo Garcia Filho. Ele demonstra conhecimento sobre o assunto e dá três dicas para reconhecer quando a bebida é de qualidade. “Ao balançar o copo tem que dar para ver a oleosidade. A boa cachaça não pode queimar a garganta e, antes de engolir, é preciso deixar a bebida circular na boca”, disse Garcia Filho. A cachaça mineira não é importante apenas para seus produtores, revendedores e consumidores. O turismo está crescendo, principalmente pelas realizações de eventos e inovações, como, por exemplo, o Museu da Cachaça.
De acordo com a assessora de comunicação da Secretaria Estadual de Turismo, Roberta Andrade, em Minas Gerais, a cachaça artesanal se consolidou como um dos principais produtos da produção associada ao turismo. “Os museus da cachaça são de extrema importância, pois resgatam a história, o modo antigo de produção, os costumes e as tradições do estado, além de representar a valorização deste produto turístico ao longo das últimas décadas”.
Museu da Cachaça
No Museu da Cachaça, em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte, os visitantes podem fazer uma viagem no tempo pelos painéis que ilustram a história da bebida, desde seus primeiros relatos no Egito antigo até os dias de hoje.
O Museu conta com um acervo com mais de 1500 exemplares de diversas marcas. Algumas das mais curiosas estão à cachaça Pelé Caninha, dedicada ao Pelé pela conquista da Copa de 1958 e uma cachaça datando 1935.
Dia Nacional da Cachaça
Acervo do Museu da Cachaça, em Betim, na Grande Belo Horizonte - (Foto: Elderth Theza/Divulgação)
Fonte: http://g1.globo.com/minas-gerais

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