Justiça do Maranhão condena prefeita a devolver quase R$ 1 milhão em verbas públicas
(Foto: Reprodução) |
A
ex-prefeita de Bom Jardim (MA) Lidiane Leite da Silva, 27, conhecida
como “prefeita ostentação”, foi condenada pela Justiça do Maranhão a
devolver R$ 998 mil em verbas públicas.
Leite ganhou notoriedade
quando fugiu da cidade para não ser presa pela Polícia Federal, sob
suspeita de desvio de recursos de escolas municipais, em 2015.
Na
época, ela costumava publicar fotos em redes sociais esbanjando luxo, em
festas com taças de champanhe, com amigos em um jet-ski e dirigindo
carros de luxo.
Em uma postagem, disse a uma seguidora: “Antes de
ser prefeita eu era pobre, tinha uma Land Rover. Agora estou numa SW4
[automóvel cujo modelo mais simples tem preço de tabela a partir de R$
130 mil]. Devia era comprar um carro mais luxuoso porque graças a Deus o
dinheiro está sobrando”.
Na decisão da Justiça, publicada nesta
semana, o juiz Raphael Leite Guedes entendeu que a prefeitura deixou de
executar um convênio para pavimentação de ruas na cidade, desviando
todos os recursos “para uso pessoal”. O magistrado fundamentou sua
decisão em fotos que demonstram “de forma cristalina” que as obras não
foram executadas.
Além de devolver os valores, Leite ainda pode
ter os direitos políticos suspensos por cinco anos, caso a sentença seja
confirmada e transite em julgado. O juiz também determinou o pagamento
de multa pela ex-prefeita e a proibição de contratar com o poder
público, pelo período de três anos.
Ainda cabe recurso da decisão.
A
ex-prefeita foi afastada do cargo por decisão da Justiça, em agosto do
ano passado, bem como expulsa do seu partido, o PRB, ainda em 2015.
Leite
também é alvo de outras ações penais e por improbidade, tanto na
Justiça Estadual como na Federal, e já foi condenada pelo menos mais uma
vez, também por improbidade administrativa.
Outro lado
A Folha não conseguiu contato com os advogados de Leite neste sábado (23).
Em
petição à Justiça, a defesa da ex-prefeita afirmou que os fatos
narrados pelo Ministério Público são “meras conjecturas”, e que “todos
os processos licitatórios foram conduzidos de forma correta durante sua
gestão”.
Na época de sua fuga, os advogados de Leite argumentaram
que ela assumiu o cargo “em tenra idade” e delegou funções ao namorado
“por inexperiência e confiança”, e que havia fugido numa “decisão
impulsiva”.
Ela assumiu a candidatura à prefeitura, em 2012, no lugar do então namorado, Beto Rocha, que foi barrado pela Lei da Ficha Limpa.
Folha de São Paulo
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