Assembleia Legislativa da Paraíba debate fechamento de comarcas em sessão especial
A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou,
nesta quarta-feira (13), uma Sessão Especial para discutir o fechamento
de 15 comarcas no estado que passariam das 79 atuais para 64.
A decisão prejudicaria mais de 230 mil paraibanos, segundo dados da
Associação dos Analistas e Técnicos do Poder Judiciário da Paraíba
(Astaj).
O presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Gervásio Maia,
ressaltou que é preciso chegar a um consenso para que a população não
seja prejudicada.
“O mais importante é o diálogo, que esse assunto seja profundamente
discutido para os que mais precisam não sejam prejudicados. Nesse
sentido, a Casa adotará todos os esforços que lhe compete a favor da
população mais humilde”, afirmou, lamentando a falta de um representante
do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJ-PB).
Já o deputado Raniery Paulino afirmou que a decisão afeta muitos
paraibanos, e que a Casa de Epitácio Pessoa tem o dever de discutir o
assunto. “A extinção de comarcas é uma ação que afeta a vida da
população, sendo necessário que a Assembleia entre na discussão a favor
dos paraibanos, para que não sejam prejudicados”, destacou, lembrando a
audiência que os parlamentares da Assembleia mantiveram com o presidente
do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), Joás de Brito.
O deputado João Bosco Carneiro afirmou reconhecer a situação
financeira difícil do país, mas que os paraibanos não podem ser
penalizados. “Essa medida, se concretizada, vai tornar difícil ainda
mais o acesso à Justiça pelos mais humildes. A extinção dessas comarcas
fará com que as pessoas se desloquem, restringindo esse acesso”,
ressaltou.
“Além disso, há outras consequências, como a desvalorização dos municípios, assuntos que precisam ser debatidos”, acrescentou.
Por sua vez, o deputado Hervázio Bezerra lembrou que a medida iria
trazer prejuízos a todos. “É uma situação constrangedora, necessitando
uma posição firme da Assembleia, que tem o dever de externar o
sentimento da população, tendo como base o diálogo com o Poder
Judiciário”.
Segundo o presidente da Astaj, José Ivonaldo Batista, as 79 comarcas
atendem aos 223 municípios. “Além da população, os servidores também
serão prejudicados, com a transferência de seus processos para outros
municípios, acarretando gastos com transportes, por exemplo”,
acrescentou. Ele criticou os R$ 2 milhões que seriam economizados pelo
TJPB diante dos transtornos causados à população.
O presidente do Sindicato dos Oficiais de Justiça da Paraíba
(Sindojus-PB), Benedito Venâncio da Fonseca, considera a medida
“completamente desnecessária”. “O acesso à Justiça pelo mais humildes já
não é fácil. Caso essa medida seja adotada, a população mais pobre
desses municípios será muito prejudicada, fato contra o qual nos
posicionamos contrários”, afirmou.
No entanto, Paulo Maia, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil
na Paraíba (OAB-PB), parabenizou a iniciativa da Assembleia Legislativa
em realizar a Sessão Especial. “A Assembleia dá um exemplo irrefutável
de que a classe política se une no momento em que a população mais
precisa, defendendo os que mais precisam. A OAB, assim como a
Assembleia, defenderá essas comarcas, pela relevância junto à sociedade,
uma luta que é de todos nós”, finalizou.
MaisPB
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