PT dá início, por unanimidade, a processo de expulsão do ex-ministro Antonio Palocci
"O motivo são as acusações inverídicas que ele fez tentando incriminar o ex-presidente Lula", disse o presidente do diretório municipal do PT de Ribeirão Preto
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executiva municipal do PT de Ribeirão Preto decidiu nesta
segunda-feira, 18, por unanimidade, enviar o caso do ex-ministro e
ex-prefeito da cidade Antonio Palocci para a comissão de ética do
partido. Na prática, o PT de Ribeirão deu início hoje ao processo de
expulsão de Palocci. A Comissão de Ética da legenda tem um prazo de 60
dias, prorrogáveis por mais 30, para apresentar um relatório.
O ex-ministro é acusado de
quebrar a ética partidária ao dizer em depoimento ao juiz Sérgio Moro
que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva firmou um "pacto de
sangue" com o empreiteiro Emílio Odebrecht e teria recebido benefícios
pessoais da empresa, Palocci disse também que chegou a entregar maços de
dinheiro vivo a Lula.
"O motivo são as acusações inverídicas que
ele fez tentando incriminar o ex-presidente Lula", disse o presidente do
diretório municipal do PT de Ribeirão, Fernando Tremura.
Segundo
ele, o partido não vai investigar as acusações de corrupção das quais
Palocci é alvo. "Não vamos entrar neste mérito. As acusações de
corrupção vão ser investigadas pela Justiça federal", explicou o
dirigente.
Tremura
negou que o PT de Ribeirão estivesse evitando abrir o processo contra
sua principal liderança. "Não é que o PT não queria investigar, é que
até agora ninguém tinha feito uma denúncia", afirmou.
O
responsável pela iniciativa é Luiz Fernando da Silva, integrante da
executiva municipal. Agora Palocci será notificado sobre a abertura do
processo e terá um prazo para apresentar sua defesa. Dentro de no máximo
três meses a comissão de ética apresenta um relatório com o resultado
das investigações e sugestões de penalidades a serem aplicadas, se for o
caso. O relatório é votado pelo Diretório Municipal, a quem cabe a
última palavra.
A mãe de Palocci, dona Toninha de Castro, de 82
anos, é suplente no Diretório Municipal e militante ativa do partido.
Segundo Tremura, ela costumava participar de todas as reuniões e votava
quando algum integrante titular faltava à reunião. "Agora ela anda meio
afastada. Dá para entender, ela é mãe", disse o presidente do PT de
Ribeirão.
Na direção nacional a expectativa é que Palocci tome a iniciativa de pedir a desfiliação.
Depoimento
Na
semana passada, Tremura, afirmou que o ex-ministro Antonio Palocci
teria prestado depoimento para o juiz Sérgio Moro, no último dia 6, "sob
efeito de tortura". A conclusão foi enviada ao militantes do partido
por meio de uma nota.
Ao jornal "O Estado de S. Paulo", Tremura
disse que as acusações que Palocci fez ao ex-presidente Lula foram
"arrancadas depois de muita tortura psicológica, em consequência de uma
prisão ilegal". Sobre as críticas que Palocci recebeu de alguns membros
do PT, Tremura disse não ser correto compará-lo a figuras como o
ex-ministro José Dirceu, o ex-deputado José Genoino e o ex-tesoureiro do
PT João Vaccari Neto (que, embora presos, não delataram o
ex-presidente).
"Palocci não tem as mesmas
características, formação e preparo desses companheiros. São pessoas
diferentes, com histórias diferentes de vida." Questionado sobre uma
possível expulsão de Palocci, ele afirmou que em Ribeirão Preto (cidade
na qual o ex-ministro foi prefeito por duas vezes) "ainda não há
hipótese de expulsão". "Claro, vamos esperar uma diretriz nacional, mas
nada do que ele disse diminui a importância de Palocci para Ribeirão
Preto", disse Tremura.
Notícias ao Minuto com informações do Estadão Conteúdo.
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