Joesley Batista diz que fez contrato fictício com sócio de José Eduardo Cardozo
O empresário contou que os contratos serviam para manter "boa relação" com o ex-ministro da Justiça, que o "tratava muito bem"
© Reuters
O
empresário Joesley Batista, dono da JBS, disse em depoimento à PGR
(Procuradoria-Geral da República) que acertou contratos fictícios com o
escritório de Marco Aurélio Carvalho, sócio do ex-ministro José Eduardo
Cardozo.
A banca "emitia mensalmente
notas de R$ 70.000,00 ou R$ 80.000,00 para contratos fictícios e parte
desse dinheiro iria, segundo Marco Aurélio, para José Eduardo Cardozo",
segundo o depoimento de Joesley.
O empresário contou que os
contratos serviam para manter "boa relação" com o ex-ministro da
Justiça, que o "tratava muito bem", segundo lhe dizia o advogado Marco
Aurélio. E que, conforme Marco Aurélio, "o dinheiro chegava a José
Eduardo Cardozo".
Joesley disse que "nunca perguntou se o dinheiro chegava" de fato a Cardozo.
Ele
disse ainda que a J&F patrocinou vários eventos e palestras do IDP
(Instituto de Direito Público), do ministro Gilmar Mendes. Conforme
antecipou a Folha de S.Paulo em maio, a J&F pagou R$ 2,1 milhões ao
IDP.
Para
Joesley, a prática não era ilícita: "Nessa de resolver o que seria ou
não crime veio essa questão e Francisco de Assis e Silva [advogado da
empresa] disse que não era crime".
Segundo o delator, "antes
Francisco de Assis e Silva perguntou a Marcello Miller [se havia
ilícito] e houve divergência de entendimento". Para Joesley, de acordo
com o que depôs, "não houve nenhum ilícito porque não teve nenhum
beneficio em troca" e que uma diretora [do instituto], "Dalide [Corrêa],
procurou a empresa do depoente para o patrocínio".
OUTRO LADO
O
ex-ministro da Justiça disse à reportagem nesta segunda-feira (11) que
as novas afirmações contradizem as primeiras declarações dadas por
Joesley em acordo de delação premiada quando fez referências a Marco
Aurélio Carvalho.
Segundo o ex-ministro, os executivos da JBS o isentaram de qualquer relação com os pagamentos.
Na época do acordo, o advogado
Carvalho disse ao "Valor Econômico" que seu escritório, o Carvalho e
Pereira de Carvalho Advogados Associados, "efetivamente" trabalhou para o
grupo J&F e "os padrões éticos, seguidos" na relação contratual.
Notícias ao Minuto cCom informações da Folhapress.
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