Jovem que nasceu sem vagina busca verba para operar e “se sentir mais mulher”
Kaylee Moats é portadora da síndrome de Rokitansky, doença que afeta o sistema reprodutor feminino fazendo com que o canal vaginal seja muito pequeno ou até inexistente
Aos 18 anos, a vida da norte-americana Kaylee Moats virou de cabeça
para baixo. Em uma consulta com o ginecologista, a jovem descobriu que é
portadora de uma doença chamada síndrome de Rokitansky, o que a faz não
ter um útero nem uma vagina. Angustiada com a possibilidade de nunca
poder fazer sexo ou engravidar, Kaylee tenta arrecadar verba para
realizar uma vaginoplastia, cirurgia que criará uma abertura vaginal.
Quatro anos após a consulta ginecológica em que descobriu não possuir
uma vagina , Kaylee se abriu sobre a situação em uma entrevista ao canal
do YouTube “Barcroft TV”. “Eu fiquei de coração partido e confusa
quando o médico me disse que não conseguia ver um útero no ultrassom.
Fiquei com medo pensando no futuro, pois não sabia se poderia ter uma
família um dia”, conta.
A realização de que a vagina também não exisita, porém, veio depois.“Eu
não soube que não tinha uma abertura vaginal até pouco tempo depois,
porque até então eles só tinham feito um ultrassom. Foi ainda pior
quando descobri, pois já havia aceitado o fato de que não poderia
carregar meu próprio bebê, mas aquilo trouxe mais um monte de
preocupações para mim”, afirma a jovem.
Adolescência angustiante e planos futuros
Apesar de ter descoberto a condição apenas aos 18 anos, Kaylee conta
que sempre imaginou que havia algo diferente em seu corpo. “Eu sempre me
perguntava onde colocaria um absorvente interno quando começasse a
menstruar porque não via onde ele poderia ser inserido”, lembra a jovem.
Após a descoberta, ela conta que era difícil lidar com outras meninas
quando elas traziam tópicos como menstruação à tona. “Quando me
perguntavam se eu tinha um absorvente interno, eu apenas dizia que não e
ficava quieta”, afirma. Ainda que não menstrue, Kaylee ovula
normalmente e afirma ter dores agudas de tempos em tempos.
A situação se tornou ainda mais angustiante quando Kaylee conheceu
Robbie Limmer, rapaz com quem ela mantém um relacionamento há quatro
meses. Segundo a moça, foi necessário um mês até que ela tivesse coragem
de contar a ele a respeito da condição.
Ela afirma que, apesar de Robbie ser compreensivo e não focar no lado
sexual do relacionamento, ela não quer ficar fadada a não fazer sexo
para o resto da vida. “Não tenho certeza se quero esperar até o
casamento, mas penso que ter a opção seria muito reconfortante”, explica
Kaylee, ressaltando que tem um pouco de medo de algo dar errado ou de
sentir dor na primeira vez que for transar.
Apesar da angústia e dos planos, porém, a vaginoplastia é considerada
um procedimento cosmético. Sendo assim, o convênio da jovem não cobriria
os US$ 15 mil (aproximadamente R$ 47,5 mil), o que motivou Amanda, irmã
de Kaylee, a criar uma vaquinha online para arrecadar o dinheiro. Hoje,
a moça já arrecadou US$ 4 mil (cerca de R$ 12,6 mil) e sonha com a
cirurgia que reconstruirá a vagina e a fará “se sentir mais como uma
mulher”.
IG
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