Temer viaja para a China nesta terça-feira em busca de investidores para o país
(Foto: Beto Barata/PR) |
O presidente Michel Temer viaja na manhã desta
terça-feira (29) para a China. Ele aproveitará o período no exterior
para buscar investidores interessados no pacote de concessões e
privatizações anunciado pelo governo na semana passada.
Ao todo, Temer passará cerca de dez dias fora do Brasil. Na China,
ele fará visita de Estado e se reunirá com empresários, em Pequim, além
de participar da 9ª Cúpula do Brics (grupo que reúne Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul), em Xiamen.
No período em que Temer estiver na China, o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), exercerá de forma interina a Presidência da
República.
Busca por investidores
Ao conceder entrevista à TV estatal chinesa CCTV, Temer destacou que
pretende aproveitar a viagem para apresentar o pacote de concessões e
privatizações. Um dos exemplos citados pelo presidente foi
a privatização da Eletrobras, estatal do setor elétrico.
“Esperamos que a China possa se interessar de participar desses
eventos, dessas concessões que nós vamos fazer, para se trazer
naturalmente capital para o Brasil”, disse.
Na semana passada, o conselho do Programa de Parceria de
Investimentos (PPI), órgão responsável pelas concessões no governo
federal, aprovou uma lista com 57 ativos que podem ser ofertados à
iniciativa privada.
Além da Eletrobras, entraram na relação do PPI, por exemplo, a Casa
da Moeda, terminais portuários, rodovias, linhas de transmissão e
aeroportos, entre os quais o de Congonhas (São Paulo).
Agenda
Em razão da distância entre o Brasil e China, e das escalas
previstas, Temer deverá desembarcar em Pequim somente na quinta (31).
No dia seguinte, se iniciará a programação oficial da visita de
Estado. Além do encontro com o presidente da China, Xi Jinping, Temer se
reunirá com o primeiro-ministro do país, Li Keqiang.
No sábado (2), o presidente participará do Seminário Empresarial
Brasil-China, organizado pela Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). Segundo o governo,
participarão do seminário empresários chineses que “já investem ou têm
interesse em investir no Brasil”.
Um dia depois, Temer viajará para Xiamen, também na China, para a
cúpula do Brics, que se estenderá até o dia 5 de setembro. Ao fim do
encontro, o presidente retornará ao Brasil.
Segundo o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola, no encontro do
bloco, Temer pretende intensificar o “engajamento” nas atividades do
Novo Banco de Desenvolvimento, criado em 2014 e operado pelos países do
Brics. A intenção também é reforçar o pacote de concessões e
privatizações.
Visita de Estado
Ainda de acordo com Alexandre Parola, a viagem de Temer à China
também tem como objetivo ampliar a diversidade das exportações do Brasil
para a China, além da busca por novos investimentos, especialmente na
área de infraestrutura.
“Defesa do multilateralismo, resistência ao protecionismo e combate
ao aquecimento global” também estão entre os temas a serem discutidos
pelo presidente durante a visita de Estado.
Segundo Parola, está prevista a assinatura de acordos bilaterais
entre Brasil e China em áreas como infraestrutura, saúde, cultura e
tecnologia.
Eventual denúncia
A viagem de Temer à China acontece na mesma semana em que há a
expectativa no mundo político de o procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, oferecer nova denúncia contra o presidente.
Com base nas delações de executivos do grupo J&F, que controla a
JBS, Janot denunciou Temer em junho pelo crime de corrupção passiva, mas
a acusação foi rejeitada pela maioria dos deputados e, com isso, o
processo não seguiu para o Supremo Tribunal Federal.
Questionado sobre uma eventual nova denúncia, nesta segunda (28), o
ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o governo está
preparado para “enfrentar” a denúncia política e juridicamente.
“Se vier uma nova denúncia, por certo nós estaremos preparados para
politicamente enfrentá-la, no que diz respeito ao campo político, e
juridicamente enfrentá-la no campo jurídico”, declarou Padilha na
ocasião.
MaisPB
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