Jornalista Mônica Veloso, ex amante do Senador Renan Calheiros, pode levá-lo a prisão e perda de mandato
Já ficaram para trás os tempos difíceis
em que o romance extra conjugal entre o então todo poderoso presidente
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a jornalista Mônica Veloso
movimentou as varas de família em Brasília e quase provocou a perda de
seu mandato. Aos 44 anos, em plena forma e com o cofre cheio pela gorda
pensão paga pelo senador, o cachê da revista “Playboy” e o saldo de
emprego nos Diários Associados até pouco tempo atrás, a agora
celebridade da sociedade belo-horizontina ainda provoca estragos por
onde passa. E Renan, que viveu um inferno familiar, mas sobreviveu a
sete ações para perda de mandato durante o “Renangate”, já prepara o
terno para nova posse na presidência do Senado.
Em um relacionamento com o
empresário mineiro Paulo Henrique Vieira, Mônica foi o pivô do escândalo
político-sexual em 2007, e ainda colhe os louros da fama conseguida com
o caso. Ao contrário de Renan, ela não tem do que reclamar. Depois de
posar para a “Playboy” — segundo ela, o maior desafio de sua vida —,
frequentar o castelo de Caras em Nova York, e ser estrela de um programa
semanal na TV dos Diários Associados em BH, Mônica teria pedido
demissão há seis meses, segundo seu empregador, porque não ficou
satisfeita com a redução do salário.
Mônica também faturou com o lançamento
de sua biografia: “O poder que seduz”. No livro, relata que viveu com
Renan uma “paixão louca”, tiveram uma filha, mas foram atropelados pela
política.
— Quando contei sobre a
gravidez, ele entrou em pânico. Dizia ser impossível. Afinal,
argumentou, não éramos mais crianças. Fiquei muito triste com a sua
reação. Pela primeira vez, percebi que o amor era lindo, mas a política,
para ele, era tudo — conta Mônica.
No livro ela relata que faziam planos para construir uma família, e seu sonho era ter uma filha.
— Como qualquer casal apaixonado,
tínhamos nossos códigos, nossos momentos e nossas músicas. (…) Nossa
música marcante foi a do filme “Lisbela e o Prisioneiro”. Misturávamos
as nossas vozes com a do Caetano e cantávamos, baixinho, olhando no
fundo dos olhos do outro: “Agora, que faço eu da vida sem você? Você não
me ensinou a te esquecer. Você só me ensinou a te querer, e te querendo
eu vou tentando me encontrar…” — diz.
Mônica e Renan, como um casal,
frequentavam os salões do poder sem a preocupação que o caso um dia
transformasse a vida dos dois no turbilhão de denúncias de corrupção.
— Música, perfume e um certo torpor.
Champanhe na mão, conversávamos e sorríamos após o jantar (na casa do
senador Ney Suassuna). Havíamos brindado por mais um ano, o intenso ano
de 2002. (…) Cercado por jornalistas, o senador Eduardo Suplicy falava,
empolgado, sobre o programa Renda Mínima e a indicação de Henrique
Meirelles para a presidência do Banco Central. Mais um pouco, o próprio
Meirelles chegou. (…) O vento agitando as cortinas, o barulho de
cristais e porcelanas como rumores longínquos vindos da sala. Era como
se fôssemos as únicas pessoas no mundo — relembra Mônica no livro.
Mas o inferno começou quando a revista
“Veja” divulgou que um lobista da Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, pagava
o aluguel de R$ 4.400 mensais de um apartamento onde morava a
jornalista com as duas filhas. O lobista, segundo a denúncia, também
pagava R$ 12 mil mensais de pensão para a filha de Renan. Com o estouro
do caso, para não ser cassado, Renan renunciou à presidência do Senado.
Mônica vive hoje uma relação estável com o empresário Paulo Henrique
Vieira e produz um programa de TV, em Belo Horizonte, onde mora.
— Renan paga pensão mas não tem relação
com a filha ou com a Mônica. Ficou um mal-estar familiar grande depois
do escândalo. Mônica agora produz um programa de TV e ganha uma fortuna —
diz um interlocutor de Renan.
Publicidade
Mônica apresentou até o ano passado o
programa de TV “Vrum”, da TV dos Diários Associados, também veiculado
por outras emissoras. O “Vrum” é sobre automóveis, e Mônica falava sobre
carros antigos e novos, ensinava a trocar pneus e dava dicas de
manutenção.
— A Mônica produzia um programa semanal
de 40 minutos e tinha um salário de estrela de TV. Ganhava umas 60
pratas. Mas começou a gerar uma situação delicada no jornal com os
outros profissionais. Tivemos que renegociar e reduzir para R$ 30 mil,
eu acho. Há uns seis meses ela pediu demissão — conta um dos diretores
dos Diários Associados.
Ao ser convidada para o Castelo de Caras, em Nova York, disse sobre o caso Renan: “O furacão me fortificou. Hoje não tenho medo de mais nada”.
Jornal do País
Nenhum comentário:
Postar um comentário