domingo, 27 de agosto de 2017

Moro recebe dados comprometedores

Arquivo com todos os dados do sistema de propina da Odebrecht é entregue a Moro

O MPF relatou ter recebido cinco discos rígidos da empresa no dia 8 de agosto; conteúdo não foi disponibilizado.

Construtora Odebrecht
O Ministério Público Federal (MPF) informou ao juiz federal Sérgio Moro – responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância – que recebeu da Odebrecht uma cópia com todos os dados do “My Web Day”, o sistema de informática usado pela empreiteira para registrar o pagamento de propina.
O MPF relatou ter recebido cinco discos rígidos da empresa no dia 8 de agosto e enfatizou “que a presente ação penal não foi instruída com nenhum elemento extraído diretamente pelo Ministério Público Federal do referido sistema ‘My Web Day'”.
O documento informando a entrega foi protocolado pelo MPF no processo eletrônico da Justiça Federal do Paraná na quarta-feira (23), porém, o conteúdo dos discos não foi disponibilizado.
A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) havia pedido a Sergio Moro acesso integral e cópia do “My Web Day”.
O pedido foi feito na ação penal que apura se o ex-presidente recebeu como propina um terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula e um imóvel vizinho ao apartamento do petista, em São Bernardo do Campo (SP).
Neste processo, Lula responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Outras sete pessoas também são rés.
‘My Web Day’
O “My Web Day” foi mencionado durante o depoimento de Hilberto Mascarenhas, que era o responsável pelo setor de propinas da empreiteira, prestado em 7 de junho.
Segundo Mascarenhas, o sistema foi adaptado para fazer o controle de tesouraria e, atualmente, não é mais utilizado. O “My Web Day” funcionava como um manual da propina e foi substituído posteriormente pelo “drousys”, um controle mais sofisticado e que ficava na Suíça.
Ainda conforme o depoimento, o programa continha todos os registros dos pagamentos efetuados e a quem foram efetuados, por condinome.
“Não por nome, e a data que foi efetuado. Esse sistema existe, está no mesmo lugar onde sempre esteve, só que bloqueado. E lá tem essas informações de quais pagamentos foram feitos. E se quiser saber pra quem, tem que pegar pelo codinome, olhar que obra era e perguntar ao responsável, pela obra, quem era a pessoa. Eu não sei dizer”, relatou o ex-executivo da Odebrecht.
Questionado pela defesa de Lula, Mascarenhas disse desconhecer os contratos da Odebrecht com a Petrobras que constam na denúncia, pois não eram da área dele.
G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário