Em João Pessoa, Lula diz que Operação Lava Jato tem provas, mas de sua inocência
“Se eles apresentaram um real ilícito na minha conta, virei aqui pedir desculpas porque agora sou cidadão pessoense”, cravou
Em discurso no Ponto de Cem Réis, na noite deste sábado (26), o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se declarou aos pessoenses
presentes como ‘conterrâneo’ após receber o título de cidadão da
Capital. Lula ainda reiterou o seu ‘caráter e inocência’ perante a
Operação Lava Jato e denunciou a ‘forma arbitrária’ de tratamento da
justiça no caso.
Lula agradeceu ao ex-vereador Júlio Rafael, propositor do título,
representado na ocasião pela sua viúva, Ana Adelaide. “Quero agradecer a
Julinho e a Adelaide, e queria declarar que esse título é do povo
brasileiro, porque sem ele eu não teria feito 10% do que fiz nesse
país”.
Se posicionando sobre a operação Lava Jato, o ex-presidente desafiou a
Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o juiz Sérgio Moro a
apresentarem ‘um centavo’ na sua conta ganhos de forma ilegal.
“Essa gente já está a três anos com a Operação Lava Jato, defendo que
todo mundo é inocente até que se prove o contrário, quando se tiver
prova, se prenda e condene, mas que se julgue decentemente. Nos meus
processos tem provas, mas da minha inocência”, disse.
Posteriormente, em fala aplaudida pelos pessoenses presentes, Lula
ainda disse que voltaria a Capital paraibana caso fosse comprovada
qualquer ilicitude em sua conduta, e pediria desculpas.
“Se eles apresentaram um real na minha conta, um gesto ilícito meu no
governo, terei com a mesma honradez que estou aqui olhando para vocês, e
recebi flores daquela criança, virei aqui pedir desculpas porque agora
sou cidadão pessoense”, cravou.
O ex-presidente ainda lembrou a sua caminhada pela transposição do Rio
São Francisco. Ele afirmou que tinha a missão de ‘salvar’ o Nordeste,
após sofrer ele próprio com a falta de água.
“Quando assumi a presidência falei, vou ter que tentar dar um jeito no
Nordeste, não posso passar para a história como mais um presidente que
esqueceu essa região sofrida” salientou.
Lula também não poupou críticas à gestão do presidente Michel Temer.
Ele comparou a gestão do país com a de uma casa de família, e citou o
esquema de privatizações de Temer como a venda de móveis de uma
residência que passa por uma crise.
"Que mulher ia casar com um homem que ao invés de procurar emprego
chegasse em casa e dissesse, amor vamos vender a cama e a geladeira.
Então, eles não sabem governar, que deixe quem sabe, governar", afirmou.
Em uma das últimas falas, Lula citou novamente o desejo de regular a
mídia, dando como exemplo a série de encontros que teve com magnatas da
comunicação brasileira, que segundo o ex-presidente ‘se unem a elite’
contra o povo.
“Tomei café com fulano, e deram pau na gente, pensei que eles não
gostavam de mim porque eu era nordestino, e achei que com a Dilma, que é
culta, iriam tratar melhor, mas não trataram. Eu acho que a bronca que
essa gente perversa da elite tem de nós é porque esse povo ficou metido a
besta”, opinou Lula.
WSCOM
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