Parlamentares pedem apuração sobre liberação de emendas para base governista
Os deputados Alessandro Molon (Rede-RJ) e Aliel
Machado (Rede-PR) e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) deverão
entregar à Procuradoria-Geral da República (PGR), na tarde desta
segunda-feira (17), uma representação contra o presidente Michel Temer
(PMDB).
Eles pedirão que a PGR investigue a liberação de emendas para
deputados da base governista durante a votação da admissibilidade da
denúncia na Comissão de Constituição e Justiça(CCJ) da Câmara dos
Deputados.O documento foi elaborado com base em um levantamento feito
pela assessoria de Alessandro Molon sobre as emendas liberadas.
“Queremos impedir que Temer continue usando dinheiro público para
obstruir a Justiça e permanecer impune com a ajuda do Congresso. Além
disso, queremos impedir que serviços essenciais sejam prejudicados por
causa dessas manobras ilegais e irresponsáveis do governo”, afirmou
Alessandro Molon.
Entre os quarenta deputados que votaram pela rejeição do parecer que
recomendava a investigação contra o presidente Michel Temer na CCJ da
Câmara, 39 tiveram 266 milhões de reais em emendas
parlamentares empenhadas. Esse valor corresponde ao período entre junho,
após a divulgação da delação do empresário Joesley Batista, que foi
usada na denúncia contra Temer, e as duas primeiras semanas deste mês,
às vésperas da votação.
As trocas feitas pelo governo na Comissão da Câmara, antes da votação
da denúncia, também ajudaram a elevar o valor desembolsado. Os catorze
deputados que se tornaram titulares do colegiado da Casa com ajuda
do Palácio do Planalto receberam mais de 106 milhões de reais em
recursos. No entanto, dois deles contrariaram o governo e votaram pela
admissibilidade da denúncia: Renata Abreu (Podemos-SP) e Laércio
Oliveira (SD-SE).
Estadão
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