Advogado de Michel Temer critica denúncia e desafia PGR a apresentar provas
O
advogado avaliou o voto do relator como “bem elaborado”, mas criticou os
argumentos relatados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot
| Para o advogado, a acusação tem motivações políticas e o processo foi acelerado pela PGR sem a checagem adequada das provas - (Foto: Reprodução) |
O advogado de Michel Temer, Antônio Cláudio Mariz,
voltou a desafiar a Procuradoria-Geral da República (PGR) a apresentar
provas que atestem que o presidente cometeu o crime de corrupção
passiva. Ele falou hoje (10) aos deputados da Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ), após apresentação do relatório de Sergio Zveiter
(PMDB-RJ) pela admissibilidade da denúncia contra Temer.
O advogado avaliou o voto do relator como “bem elaborado”, mas
criticou os argumentos relatados pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, que foram lidos por Zveiter em seu relatório. “Quando o
presidente da República recebeu um níquel sequer? É mentira, infâmia,
indignação, mentira que o presidente da República haja recebido um
vintém”, declarou Mariz, questionando os fatos descritos na peça de
acusação apresentados pela PGR.
Para o advogado, a acusação tem motivações políticas e o processo foi
acelerado pela PGR sem a checagem adequada das provas. “Após o
desabafo, eu gostaria de mostrar o açodamento do processo, possivelmente
motivado por interesses políticos inconfessáveis ou desconhecidos na
melhor das hipóteses”, disse o advogado.
Sobre o encontro de Temer com o presidente do Grupo JBS, Joesley
Batista, ocorrido em março no Palácio do Jaburu, a defesa alega que
trata-se de um “evento normal”. Mariz contestou reiteradamente as provas
citadas por Janot e desqualificou as gravações da conversa entre Michel
Temer e o empresário durante o encontro.
“A gravação muito provavelmente foi adulterada, mas eu retiro a sua
falta de rigidez, para ficar no conteúdo da gravação. E indago: este
conteúdo por si só compromete o presidente da República com a prática de
algum delito? Essa gravação, por si só, representa que o presidente
cometeu algum crime?”, questionou.
Mariz destacou que não há nenhum dos elementos necessários para
comprovar a configuração de crime de corrupção. “O presidente da
República não pediu nada, não recebeu nada, não agiu em nome de ninguém e
não facilitou nada para ninguém. Não houve recebimento, não houve
solicitação, e também nenhum tipo de ajuste em prol de alguma empresa
como deseja a denúncia.
Relatório
Antes da defesa do presidente Michel Temer apresentar-se na comissão,
foi lido o parecer do deputado Sergio Zveiter, que defendeu a
admissibilidade da denúncia. Em seu voto, o relator disse haver
"indícios suficientes" de materialidade e autoria de cometimento do
crime de corrupção passiva que necessitam ser investigados mais
profundamente.
Agência Brasil
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