Gilmar Mendes acusa Ministério Público de fazer investigação clandestina
Diretor da Polícia Federal relata que agentes foram orientados por procuradores a buscar provas contra ministro do Supremo
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| CONFRONTO - O ministro Gilmar Mendes conta que a PF confirmou a orientação dada aos agentes para investigá-lo. O procurador Rodrigo Janot nega - (Pedro Ladeira/Folhapress) |
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Gilmar Mendes fez uma grave denúncia na edição de VEJA desta semana.
Segundo o magistrado, o diretor-geral da Polícia Federal, Leandro
Daiello, relatou que, durante as buscas e apreensões realizadas ao longo
da Operação Patmos em um endereço do senador Aécio Neves (PSDB), os
agentes foram orientados por procuradores da República a identificarem
provas que pudessem incriminar Gilmar Mendes. Incomodado, Gilmar Mendes,
que não é alvo de uma investigação formal, acionou a ministra
presidente do STF, Cármen Lúcia. “Isso é coisa de gângsteres, de quem
pensa que é possível implantar um estado policial no país”, disse Gilmar
a VEJA.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, negou as
acusações feitas por Gilmar Mendes — e disse, por meio de sua assessoria
de imprensa, que as buscas “não extrapolaram o escopo da investigação”.
Janot e Gilmar têm uma relação bélica. Recentemente, o procurador-geral
da República pediu que o ministro deixasse a relatoria de um caso
envolvendo o empresário Eike Batista, porque a esposa de Gilmar, Guiomar
Mendes, trabalha no escritório de advocacia que defende o
ex-bilionário. O ministro rebateu Janot, dizendo que a ação reproduzia
“o voluntarismo e a ousadia, estimulados por qualquer tipo de
embriaguez, cegueira ou puro despreparo”. Procurada, a Polícia Federal
se limitou a dizer que “não há investigação contra o ministro no órgão”.
A ministra Cármen Lúcia preferiu não se pronunciar.
Veja

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