Almir Guineto será velado neste sábado na quadra do Salgueiro, no Rio de Janeiro
Sambista foi diretor da escola da Zona Norte do Rio. Enterro acontecerá domingo, no Cemitério de Inhaúma
![]() |
Almir Guineto morreu, aos 70 anos, na manhã desta sexta-feira (5) no Rio - (Foto: Divulgação) |
O corpo do cantor Almir Guineto será velado na quadra
do Salgueiro, na Tijuca, Zona Norte do Rio, neste sábado (6), a partir
das 15h.
O velório acontece até as 13h de domingo (7), quando o corpo será
levado para o Cemitério de Inhaúma, também na Zona Norte. O enterro
acontecerá às 15h.
O sambista morreu, aos 70 anos, na manhã desta sexta-feira (5) no Rio
após complicações de problemas renais crônicos e diabetes. Um dos
fundadores do Fundo de Quintal, ele estava em tratamento no Hospital
Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A família do cantor agradeceu pelas orações e o carinho de todos os fãs e admiradores através de uma rede social.
Nos últimos 15 meses, Almir Guineto lutava contra problemas renais
crônicos, o que o impossibilitou de assumir compromissos em shows e
apresentações.
Agora ele pode descansar, diz Ubirany
Durante a edição desta sexta-feira do programa Estúdio I, da
GloboNews, Ubirany, amigo, antigo parceiro de samba e integrante do
Fundo de Quintal, lamentou a morte de Almir Guineto.
"É um momento de muita tristeza para todos nós. Uma perda grande
demais para o mundo do samba. O Almir nos deixou um legado imenso de
composições. De certa forma, acho que agora ele pôde descansar. Os
últimos meses foram de muito sofrimento".
Biografia
Nascido e criado no Morro do Salgueiro, na Zona Norte do Rio, Almir
Guineto teve contato direto com o samba desde a infância, já que havia
vários músicos em sua família. Seu pai Iraci de Souza Serra era
violonista e integrava o grupo Fina Flor do Samba; sua mãe Nair de
Souza, conhecida como "Dona Fia", era costureira e uma das principais
figuras da Acadêmicos do Salgueiro; seu irmão Francisco de Souza Serra,
conhecido como Chiquinho, foi um dos fundadores dos "Originais do
Samba".
Na década de 1970, Almir já era mestre de bateria e um dos diretores
da Salgueiro e fazia parte do grupo de compositores que freqüentavam o
Bloco Carnavalesco Cacique de Ramos. Nessa época, Almir inovou o samba
ao introduzir o banjo adaptado com um braço de cavaquinho. O instrumento
híbrido foi adotado por vários grupos de samba.
Em 1979, Almir mudou-se para a cidade de São Paulo para se tornar o
cavaquinista dos Originais do Samba. Lá fez "Bebedeira do Zé", sua
primeira composição gravada pelo grupo, onde a voz do Sambista aparece
puxa o verso "Mas dá um tempo na cachaça, Zé/ Para prolongar o seu
viver" e a sambista Beth Carvalho gravou algumas composições de Guineto,
como "Coisinha do Pai", "Pedi ao Céu" e "Tem Nada Não".
No início dos anos 80, ele ajudou a fundar o grupo Fundo de Quintal
junto com os sambistas Bira, Jorge Aragão, Neoci, Sereno, Sombrinha e
Ubirany. Mas ele deixou o grupo logo após a gravação de "Samba é no
Fundo de Quintal", primeiro LP do conjunto, e seguiu para carreira solo.
O músico é autor de músicas como "Caxambu", "Meiguice Descarada" e
"Conselho".
Sua notoriedade como compositor e intérprete aumentaria ao longo
daquela década. Beth Carvalho gravou "É, Pois, É" em 1981, "À Luta,
Vai-Vai!" e "Não Quero Saber Mais Dela" em 1984, "Da Melhor Qualidade"
com Arlindo Cruz e outros sucessos.
Em 1986, foi lançado o LP "Almir Guineto", que teve grande sucesso
comercial. Nesse disco, Almir Guineto gravou algumas de suas parcerias
com Adalto Magalha, Beto Sem Braço, Guará da Empresa, Luverci Ernesto e
Zeca Pagodinho. Entre os grandes destaques, estão "Caxambu", "Mel na
Boca", "Lama nas Ruas" e "Conselho".
ClickPB
Nenhum comentário:
Postar um comentário