Mais que jogo da Baleia Azul, álcool provoca suicídio entre jovens
Publicado por: Ivyna Souto
Há
 razões para que pais fiquem aflitos com o jogo da Baleia Azul, apesar 
de fake, e com a série “13 reasons why”, apesar de ficção. O suicídio 
cresce no mundo todo, principalmente entre os jovens na faixa etária de 
15 a 29 anos. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a cada 40 
segundos uma pessoa comete suicídio. São 800 mil pessoas, a cada ano, 
que tiram a própria vida no mundo. E para cada caso fatal há pelo menos 
outras 20 tentativas fracassadas.
A OMS reconhece o suicídio como uma prioridade de saúde pública. O 
primeiro relatório da organização sobre o assunto, “Prevenção do 
suicídio: um imperativo global”, publicado em 2014, incentiva os países a
 desenvolver ou reforçar estratégias de prevenção com abordagem 
multisetorial. Mas, segundo a organização, poucos países incluíram a 
prevenção ao suicídio entre suas prioridades de saúde e só 28 relatam 
possuir uma estratégia nacional para isso.
Um total de 1,3 milhão de pessoas de 15 a 29 anos morrem no mundo 
anualmente vítimas de causas evitáveis ou tratáveis, sendo a principal 
delas os acidentes de trânsito (11,6% do total). O suicídio fica em 
segundo lugar, responsável por 7,3% das mortes.
MORTES VIOLENTAS
A mortalidade é dividida em 2 grandes grupos: o das mortes naturais e o das violentas. Diferentemente das chamadas causas naturais, relacionadas à deterioração do organismo ou da saúde devido a doenças e/ou ao envelhecimento, as causas externas remetem a fatores independentes do organismo humano levando à morte do indivíduo.
MORTES VIOLENTAS
A mortalidade é dividida em 2 grandes grupos: o das mortes naturais e o das violentas. Diferentemente das chamadas causas naturais, relacionadas à deterioração do organismo ou da saúde devido a doenças e/ou ao envelhecimento, as causas externas remetem a fatores independentes do organismo humano levando à morte do indivíduo.
As causas externas de mortalidade vêm crescendo de forma assustadora 
nas últimas décadas no Brasil: se, em 1980 representavam 6,7% do total 
de óbitos na faixa de 0 a 19 anos de idade, em 2013 a participação 
elevou-se de forma preocupante: atingiu o patamar de 29%. Tal é o peso 
das causas externas, que em 2013 foram responsáveis por 56,6%– acima da 
metade– do total de mortes na faixa de 1 a 19 anos de idade. No mesmo 
período, os acidentes de transporte passaram de 2% para 6,9% e os 
suicídios de 0,2% para 1,0%.
Na faixa dos 16 e 17 anos, segundo o Mapa da Violência 2015 – 
Adolescentes de 16 e 17 anos do Brasil, o crescimento dos acidentes de 
transporte no período 1980/2013 foi de 38,3%. A taxa de suicídios subiu 
de 2,8 por 100 mil para 4,1 nessa faixa etária: um aumento inquietante 
de 45,5%.
AÇÃO DE COMBATE
O suicídio é uma das condições prioritárias do mhGAP (Mental Health Gap Action Programme), programa de saúde mental da OMS, que fornece aos países orientação técnica baseada em evidências para ampliar a prestação de serviços e cuidados para transtornos mentais e de uso de substâncias. No Plano de Ação de Saúde Mental 2013-2020, os Estados-Membros da OMS se comprometeram a trabalhar o objetivo global de reduzir as taxas de suicídios dos países em 10% até 2020.
AÇÃO DE COMBATE
O suicídio é uma das condições prioritárias do mhGAP (Mental Health Gap Action Programme), programa de saúde mental da OMS, que fornece aos países orientação técnica baseada em evidências para ampliar a prestação de serviços e cuidados para transtornos mentais e de uso de substâncias. No Plano de Ação de Saúde Mental 2013-2020, os Estados-Membros da OMS se comprometeram a trabalhar o objetivo global de reduzir as taxas de suicídios dos países em 10% até 2020.
São duas as intervenções baseadas em evidências para abordar o 
suicídio, segundo o documento: restrição do acesso a métodos comuns de 
suicídio e prevenção e tratamento da depressão e dependência de álcool e
 drogas. Seja isoladamente ou em uma combinação de fatores, cerca de 2 
terços de todas as pessoas que cometem suicídio sofrem de depressão ou 
alcoolismo.
O ÁLCOOL É O MAIOR PROMOTOR DO AUMENTO DE SUICÍDIOS E ACIDENTES DE TRÂNSITO
Será mera coincidência que o número de mortes violentas entre nossos jovens esteja subindo de forma assustadora enquanto a ingestão de álcool também se alastra entre eles? O uso de bebidas alcoólicas por menores de idade está relacionado ao maior número de óbitos de jovens do que todas as drogas ilegais somadas.
O ÁLCOOL É O MAIOR PROMOTOR DO AUMENTO DE SUICÍDIOS E ACIDENTES DE TRÂNSITO
Será mera coincidência que o número de mortes violentas entre nossos jovens esteja subindo de forma assustadora enquanto a ingestão de álcool também se alastra entre eles? O uso de bebidas alcoólicas por menores de idade está relacionado ao maior número de óbitos de jovens do que todas as drogas ilegais somadas.
Mais de 40% das vítimas fatais de acidentes de trânsito ocorridos na 
cidade de São Paulo entre junho de 2014 e dezembro de 2015 haviam 
consumido álcool nas horas que antecederam a morte. Se considerados 
apenas os dados de motoristas e passageiros dos veículos –e excluídos, 
portanto, os dos pedestres atingidos– o índice chega a quase 60%, revela
 pesquisa realizada com apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa 
do Estado de São Paulo) na FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade 
de São Paulo). Os dados foram publicados esta semana na revista 
Addiction.
De acordo com o NIAAA (Instituto Nacional de Abuso de Álcool e 
Alcoolismo), nos Estados Unidos a prevalência de acidentes 
automobilísticos fatais associados ao álcool entre jovens dos 16 aos 20 
anos é mais do que o dobro da prevalência encontrada entre os maiores de
 21 anos. O alcoolismo, particularmente na presença da depressão e de 
perturbações da personalidade, também pode aumentar o risco de suicídio.
 Em 90% dos casos de morte de crianças e adolescentes por suicídio, foi 
identificado como causa algum tipo de perturbação mental, sendo os 
diagnósticos mais comuns as perturbações do humor, perturbações da 
ansiedade, abuso de substâncias e perturbações comportamentais do 
funcionamento social.
Estudo da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) em um 
pronto-socorro de Embu das Artes, na Grande São Paulo, constatou a 
ingestão de álcool até seis horas antes em 21% dos 80 casos de tentativa
 de suicídio atendidos.
O estudo “Uso Adolescente de Substância e Comportamento Suicida: Uma 
Revisão com Implicações para Pesquisa em Tratamento” explora a relação 
entre o uso de substâncias e o comportamento suicida em adolescentes, 
demonstrando que o uso de substâncias aumenta o risco de comportamentos 
suicidas, sendo que os adolescentes suicidas apresentavam elevadas taxas
 de uso de álcool e drogas ilícitas.
Entre os adolescentes de 16 anos e mais velhos, o álcool e o abuso de
 substâncias aumentam significativamente o risco de suicídio em tempos 
de sofrimento, segundo a cartilha anual de recomendação para a prevenção
 do suicídio da OMS. O álcool aumenta a impulsividade e, com isso, o 
risco de suicídio, de acordo com o manual de prevenção do suicídio para 
profissionais das equipes de saúde mental do Ministério da Saúde.
O consumo de bebidas alcoólicas por adolescentes compromete o sistema
 nervoso central (SNC), que ainda se encontra em desenvolvimento. Desta 
maneira, suas vias neuronais podem se tornar mais suscetíveis aos danos 
causados pelo álcool, podendo levar ao comprometimento de várias 
funções. Sob os efeitos do álcool, os jovens ficam mais propensos a 
comportamentos de risco –incluindo brigas, sexo desprotegido ou não 
consensual, acidentes automobilísticos e suicídio.
Dados da PeNSE (Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar) de 2015 
realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 
mostram que, entre alunos de 13 a 15 anos, a experimentação de álcool 
subiu de 50,3% em 2012 para 55,5% em 2015. Além disso, 21,4% desses 
adolescentes relataram já terem sofrido algum episódio de embriaguez na 
vida. A pesquisa mostrou também que meninas dessa faixa etária estão 
bebendo mais que os meninos, sendo que a taxa de experimentação de 
álcool é maior entre elas (56,1% vs. 54,8%) e também o uso de álcool nos
 últimos 30 dias (25,1% vs. 22,5%).
Em 2016, o Erica (Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes) 
avaliou 74.589 adolescentes de 1.247 escolas em 124 municípios 
brasileiros. Cerca de 20% dos adolescentes consumiram bebidas alcoólicas
 pelo menos uma vez nos últimos 30 dias e, desses, aproximadamente 2/3 o
 fizeram em uma ou duas ocasiões no período. Entre os adolescentes que 
consumiam bebidas alcoólicas, 24,1% beberam pela primeira vez antes de 
12 anos de idade.
Fonte: Poder 360
Fonte: Poder 360
 

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