Após suspeita de bomba, Museu do Louvre aguarda festa de Emmanuel Macron
A escolha do local para a celebração de Macron teria sido feita à imagem e semelhança de sua proposta 'nem de esquerda, nem de direita'
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Louvre é isolado em Paris para a celebração da vitória de Macron (Gabriel Brust/VEJA.com) |
Os milhares de visitantes que tentavam
acessar o pátio do Museu do Louvre na manhã deste domingo encontravam um
local sitiado. O ponto turístico mais visitado de Paris está cercado para receber o discurso vitorioso de Emmanuel Macron após o resultado da eleição, tendo a icônica pirâmide de vidro como fundo. A reunião de Marine Le Pen será em um local menos pretensioso, um restaurante em Vincennes, na periferia leste da capital.
O número de pessoas que cada um dos dois locais pode receber
já dá uma ideia das perspectivas de vitória de ambos os lados. Enquanto
a área cercada do pátio do Louvre pode receber até 10.000 pessoas, o
restaurante Chalet du Lac, onde Marine deve fazer seu discurso, tem
capacidade para não mais de 1.400 visitantes. Em caso de vitória da
Frente Nacional, a multidão poderá se reunir no parque Bois de
Vincennes, que fica ao lado do restaurante.
A escolha do local para a celebração de Macron teria sido
feita à imagem e semelhança de sua proposta “nem de esquerda, nem de
direita”. A área central onde está o Louvre não é considerada QG nem
republicano nem socialista. Uma festa da direita se daria na região
oeste de Paris, ao redor da Torre Eiffel, área rica partir da Praça de
Concórdia, onde Nicolas Sarkozy celebrou a vitória de 2007.
Já a parte oeste da cidade, principalmente a região da
Bastilha, é tradicionalmente o enclave socialista da cidade, onde
sindicatos e militantes de esquerda em geral costumam se reunir – e onde
foram comemorar a vitória de François Hollande em 2012.

O Museu do Louvre mantém sua visitação normal, através das
entradas subterrâneas, mas não pelo pátio, seu acesso principal. Nesta
manhã, os turistas que tentavam acessar a pirâmide de vidro construída
pelo governo Mitterrand em 1988 tiverem de se contentar com fotos
tiradas a uma distância de cerca de 300 metros e sob a chuva, que cai
desde a noite de sábado sobre a capital francesa.
O dispositivo de segurança colocado em prática para garantir
uma festa sem incidentes é o equivalente ao mobilizado para a final da
Euro 2016, com revista rigorosa de quem acessa a área cercada e
estruturas para evitar ataques com veículos, como o que ocorreu em Nice.
Suspeita de bomba
Ao redor das 13h deste domingo, cerca de 300 jornalistas que
estavam dentro da área do evento foram retirados pela polícia, por
medida de precaução. Segundo o porta-voz da campanha de Macron, foi
encontrada uma ”mala suspeita”, mas não há mais detalhes sobre o
conteúdo do objeto. Às 14h30 todos foram autorizados a retornar ao
local. Segundo a polícia, tudo não passou de uma ”verificação”, mas não
foi detectado nenhum perigo real.
Mau tempo e abstenção
O mau tempo na capital se repete em grande parte do país, o
que, somado ao feriado de segunda-feira, aumenta a preocupação com a
abstenção. Ao meio-dia (horário local), o índice de participação era de
28,3% — estável em relação ao primeiro turno. Embora muitos franceses
tenham aproveitado o feriadão do Dia do Armistício para viajar, o número
de procurações para o voto também foi alto. Muitos se programaram para
deixar autorizações a familiares para que votem em seu lugar, o que é
permitido na França.
Neste sábado, até mesmo o astronauta francês Thomas Pesquet,
que se encontra neste momento na Estação Espacial Internacional,
revelou, em entrevista direto do espaço, que deixou uma procuração para
poder participar da eleição e incentivou os franceses a irem às urnas. A
mobilização contra a abstenção é considerada fundamental pela campanha
de Macron para assegurar a vitória.
Veja
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