João Santana e Mônica Moura pagaram cabeleireiro de Dilma com caixa dois
Em delação premiada, Mônica Moura revelou que Celso Kamura recebeu 50.000 reais entre 2010 e 2014, dinheiro recebido pelo casal 'por fora'
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O marqueteiro João Santana e sua mulher, Mônica Moura, deixam a sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba - (Paulo Lisboa/Folhapress) |
Em seu acordo de delação premiada na Operação Lava Jato, cujo conteúdo foi divulgado nesta quinta-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, entregou à Procuradoria-Geral da República uma lista de favores pessoais que o casal de publicitários bancava à ex-presidente Dilma Rousseff.
Entre os agrados enumerados por Mônica, braço direito do
mago das campanhas presidenciais petistas entre 2006 e 2014, está o
custeio, com dinheiro de caixa dois, dos serviços do requisitado
cabeleireiro Celso Kamura à petista em períodos não eleitorais, quando
ela já era presidente da República.
De acordo com a delatora, Kamura começou a prestar serviços a
Dilma na campanha de 2010, quando “recebia de forma legal, com nota
oficial”.
“Entretanto, depois da campanha, já presidente, Dilma
Rousseff usava seus serviços, para eventos importantes, e o Palácio não
poderia arcar com um valor tão alto para o cabeleireiro, não tinha
rubrica e nem tempo para superar a burocracia”, relatou Mônica Moura,
que revelou aos investigadores que cada diária do cabeleireiro no
Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência, custava 1.500
reais.
A delatora também explicou como o dinheiro não declarado
chegava a Celso Kamura. “Mônica Moura então pagou o cabeleireiro
diversas vezes, durante os anos de 2010 a 2014, de várias formas: na
maioria das vezes em dinheiro entregue em espécie no escritório do
cabeleireiro em SP, por um funcionário de Mônica Moura, utilizando
valores recebidos por fora; outras vezes reembolsava a assessora da
presidente, Marly, através de depósitos bancários”.
Durante os quatro anos em que cuidou do cabelo de Dilma
Rousseff, o cabeleireiro recebeu, de acordo com a mulher de João
Santana, 50.000 reais do casal. Em suas declarações à PGR, Mônica
relatou que o seu funcionário responsável pelas entregas de dinheiro a
Celso Kamura também vai aderir à delação premiada e “irá confirmar os
pagamentos realizados em dinheiro”.
Como provas do favor à ex-presidente, Mônica Moura entregou
aos investigadores bilhetes aéreos emitidos em nome do cabeleireiro que
partiam de São Paulo e Rio de Janeiro a Brasília.
Veja
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