Movimento pelas “Diretas Já” no Rio de Janeiro tem ares de Carnaval
O evento contou com a presença de artistas, políticos e foi regado à samba e cerveja
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Os atores Daniel Oliveira, Sophie Charlotte, Gregorio Duvivier, Maria Casadevall, Antonio Pitanga, Cristina Pereira, entre outros, participam de protesto contra o presidente Michel Temer e por eleições diretas, em Copacabana - (Fábio Motta/Estadão Conteúdo) |
Um novo protesto exigindo a saída do presidente Michel Temer
e a realização de eleições diretas na escolha de seu sucessor tomou
conta das ruas do Rio de Janeiro neste domingo. Ao contrário das últimas
manifestações, que tomaram o centro da cidade e foram marcados por
episódios de violência, desta vez o palco do evento foi a praia de
Copacabana, na zona sul, onde um trio elétrico acolheu artistas globais,
blocos de rua e músicos do calibre de Caetano Veloso e Milton
Nascimento.
Entre gritos de “Fora Temer” e “Diretas Já”, o clima na
orla, na altura da estação Siqueira Campos, era de Carnaval. Atrás do
trio elétrico, onde os artistas se concentravam para acessar o palco,
manifestantes disputavam espaço para uma “selfie” com os ídolos. Entre
os globais presentes estavam as atrizes Sophie Charlotte e Maria
Casadevall, os atores Oscar Prado, Daniel Oliveira e Humberto Carrão,
além do humorista Gregório Duvivier. De todos, o mais assediado pelo
público foi o ator Wagner Moura, estrela de “Tropa de Elite” e da série
“Narcos”.
Moura comandou as apresentações artísticas no palco e
discursou afirmando que, embora seja previsto por lei, “é ilegítimo e
imoral que um congresso com 200 deputados investigados escolha o novo
presidente”. O ponto alto do dia foi a apresentação de Caetano Veloso e
Milton Nascimento, que dividiram o palco com Maria Gadu e Criolo,
puxando gritos de “fora Temer”, já nas últimas horas do evento. Ao longo
do dia, também passaram pelo palco a cantora Mart’nália e o tradicional
bloco Cordão do Bola Preta.
Vários políticos compareceram à manifestação e também foram
requisitados para fotos com manifestantes. Estavam presentes os
deputados Marcelo Freixo (PSOL), Alessandro Molon (REDE), Flávio
Serafini (PSOL), o ex-prefeito de Maricá Washington Quaquá e o senador
Lindbergh Farias. “A ideia é deixar claro o pedido pelas eleições
diretas, para que o povo esteja ciente das nossas reinvindicações e
possamos unir diferentes bandeiras por uma mesma causa”, explicou o
deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), que estava à frente do
protesto.
O evento, organizado pelos movimentos Frente Brasil Popular e
Frente Povo Sem Medo, começou às 11h e se estendeu até o fim do dia. A
polícia não divulgou números oficiais, mas os responsáveis pelo protesto
esperavam cerca de 50 mil pessoas. Apesar do discurso suprapartidário
da organização e da pretensão de unir “direita e esquerda”, declarada
pelos líderes que subiam ao palanque, via-se principalmente bandeiras
ligadas à movimentos sociais como a CUT, a CDN e o MST, e siglas como PC
do B e PSOL.
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