“Ano imprevisível”, diz o senador Cássio Cunha Lima sobre disputa em 2018
O vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), afirmou, em
entrevista ao jornal Correio Braziliense, em edição veiculada nesta
segunda-feira (08), que a disputa eleitoral do próximo ano, quando será
escolhido (a) o substituto (a) do presidente Michel Temer (PMDB), ainda é
uma incógnita.
“É o ano da imprevisibilidade. Quem estiver prevendo está fazendo um
chutômetro enorme. Tem um conjunto de incertezas que estão fora do
alcance dos partidos e dos próprios candidatos. O Brasil já viveu a
desesperança, mas agora não é só desesperança é revolta, indignação,
intolerância. As pessoas estão de saco cheio”, disse.
Segundo o paraibano, a lembrança Lula como potencial eleito pelas
pesquisas, mostra a força do petista, mas não se condiz com o resultado
da disputa.
“Ganhar a batalha não significa ganhar a guerra. Tem muito chão pela
frente e não há como se menosprezar o potencial eleitoral que o
ex-presidente Lula tem. Resta saber se ele chegará elegível por conta
dos problemas que ele enfrenta perante a Justiça. E a experiência mostra
que pesquisas sempre vão olhar para trás. Pesquisa raramente consegue
fazer um olhar prospectivo. O que se percebe é o nível de rejeição não
só do Lula, mas de outros atores importantes. O Lula pode ainda pontuar
nas pesquisas e eu não discuto essa liderança, mas, nas últimas
eleições, em termos médios, considerando votos válidos, na região era 75
a 25. Ele não repetirá mais isso, vai diminuir e será fatal para o
resultado das eleições, porque ele diminuiu ainda mais em regiões em que
era fraco como o Sul, Sudeste e o Centro-Oeste. Onde ele era menor,
ficou ainda menor, e onde ele era muito grande, diminuiu o tamanho. Não
vislumbro uma oportunidade em que ele possa reverter esse desgaste que
está tendo com acusações das quais ele vai se defender.”, pontuou.
Para Cássio, Lula deverá enfrentar dificuldades para ser eleito, caso esteja na disputa. O tucano lembrou disputas passadas.
“Vejamos que, mesmo no auge da popularidade, as eleições foram para o
segundo turno, tanto dele quanto a da Dilma. É claro que haverá
consequência eleitoral em tudo que está acontecendo. Mas imaginar que
alguém com o perfil do Lula terá menos que 25%, 30% dos votos é
ingenuidade. Ele é um ator político importante nesse processo. Daí a ter
condições de ganhar são outros quinhentos”, afirmou.
Cássio comentou, ainda, como deverá se posicionar o PSDB na disputa.
Ele citou alguns nomes que podem estar na disputa, como o do governador
de São Paulo, Geraldo Alckimin (PSDB), e do senador Aécio Neves (PSDB),
mas enfatizou a força que o prefeito de São Paulo, João Dória (PSDB),
vem alcançando, chegando a pontuar em pesquisas, mesmo sem ter seu nome
pré-lançado como possível candidato à Presidência da República.
“Quando você tem um nome como o do Doria crescendo, é o resultado
mais claro da importância que a rede social tem. Ele consegue ter, em
regiões fora do eixo de São Paulo, um conhecimento maior do que qualquer
político brasileiro conseguiu ter em anos porque tem conseguido se
apropriar da rede social. E olha que não está usando as ferramentas mais
modernas usadas nos Estados Unidos e na Europa, um algorítimo que, em
vez de você fazer uma mensagem para Brasília, por exemplo, você fala
para Taguatinga ou para o Guará. Uma ferramenta Door to Door (porta a
porta), onde você consegue fazer a mensagem individualizada. É algo que
mudou por completo as relações políticas e quem não perceber isso vai
ficar fora” frisou.
MaisPB com Correio Braziliense
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