João Doria quer o ex-presidente Lula na eleição de 2018 para "perder no voto"
Tucano diz que derrota serviria para Lula ver que nação não está com ele

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta sexta-feira,
12, que é melhor que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispute
as eleições em 2018 e perca do que seja condenado na Operação Lava Jato a
ponto de não poder ser elegível no pleito.
O prefeito, que tem o nome cogitado como presidenciável, embora negue
que seja candidato, afirmou que o petista precisa perder no voto para
que compreenda “que a nação não está com ele”.
Doria deu uma palestra em evento da Câmara Americana de Comércio
Brasil-Estados Unidos (Amcham) e, em entrevista coletiva, disse que não
estava defendo uma postergação de decisão judicial em relação a Lula.
“Eu defendo que a Justiça faça o que tenha que fazer, principalmente
depois de uma Operação como a Lava Jato”, disse. “Que se faça Justiça.
Agora, seria bom que o Lula disputasse, até para perder e compreender
que o Brasil não está com ele. Ele diz que está, mas a nação não está
com Lula”, afirmou o prefeito. Na palestra, o tucano defendeu que, após a
eleição, “aí sim” a Justiça tome uma decisão sobre o petista.
Na palestra, fazendo referências a Lula, Doria defendeu seu estilo de
governar e disse que não precisava usar “nome do filho ou da esposa
morta” para se justificar.
Em depoimento ao juiz Sérgio Moro, nessa quarta-feira, 10, Lula
atribuiu à ex-primeira dama Marisa Letícia, morta em fevereiro, a
intenção de comprar o tríplex no Guarujá (SP), objeto da ação penal que
responde na Justiça.
O prefeito de São Paulo, mais uma vez, fez uma forte defesa do modelo
adotado por ele de pedir doações a empresas privadas e usar os recursos
no setor público. “Dizem que tem alguma coisa por trás nas doações, mas
aqui não é PT”, declarou.
Em outra referência a Lula, Doria afirmou que a administração de São
Paulo não troca “atitude cidadã” por “cisne ou tríplex”. O prefeito foi
aplaudido pelo público, composto por empresários, nos momentos em que
fez ataques ao ex-presidente.
PSDB
Depois de dizer que não havia problema em ficar de fora do programa do
PSDB que foi ao ar na quinta-feira, 11, na televisão e no rádio, o
tucano afirmou não ter sido consultado pelo partido sobre a propaganda.
Na palestra, Doria disse que ficou de fora “talvez porque ficaram com
medo” e, na entrevista, negou que a declaração era sobre os dirigentes
partidários. “Não fiz essa referência aos dirigentes do PSDB, apenas um
registro. Não tenho obrigação de estar em programa nenhum, a minha
obrigação é ser prefeito de São Paulo.”
Temer
O prefeito João Doria disse ainda que recebeu “de forma simpática” a
crítica do presidente Michel Temer (PMDB) na semana passada, quando o
peemedebista afirmou que “não existe essa história de dizer ‘não sou
político'”.
“Eu não contesto nem o presidente Temer nem outros que fazem essa
observação. Mas eu não sou político, tenho que falar a verdade. Eu estou
na política, e isso não implica nenhum desrespeito com os políticos”,
disse. Na palestra, Doria disse que poderia receber críticas de quem
quisesse criticá-lo pelo jargão, mas que continuaria sendo um “gestor”.
Exame
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