Força Sindical: se Temer não negociar reformas, pode haver nova greve
"A conta da crise tem que ser paga por todos, não só pelos trabalhadores", diz Paulinho da Força

© Sergio Moraes/Reuters
Com o impulso da greve, na última sexta-feira (28), a Força
Sindical realiza na manhã desta segunda-feira (1º), seu evento do Dia do
Trabalho. Com forte de discurso contra as reformas da Previdência e
trabalhista defendidas pelo governo Michel Temer, o ato reúne 150 mil
pessoas, segundo a organização, na Praça Campo de Bagatelle, na zona
norte de São Paulo.
O presidente da Força Sindical e deputado federal Paulo Pereira da
Silva (Solidariedade-SP), o Paulinho da Força, afirmou que outra greve
poderá ser organizada se Temer não negociar alterações nas reformas
trabalhista e previdenciária. De acordo com ele, a conta da crise tem
que "ser paga por todos, não só pelos trabalhadores".
A Força Sindical é contrária, principalmente, ao fim da contribuição
sindical e à nova idade mínima para aposentadoria. "Na (reforma)
trabalhista, queremos discutir principalmente a contribuição sindical,
que enfraquece o lado dos trabalhadores e permanece intacto o lado
patronal", disse no início das comemorações do Dia do Trabalhador em São
Paulo. "O presidente não pode imaginar que é o dono do Brasil. Ele tem
que ouvir a população: 71% não concordam com as reformas", acrescentou,
citando dado da pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda.
"Espero que governo tope negociar para fazer uma reforma civilizada e
para que as pessoas possam entender que foi feita uma reforma para
salvar do buraco em que o governo do PT nos deixou. Acho que ele (Temer)
ouviu (as reivindicações da população na greve geral). Ele está só
fazendo de conta (que não)", afirmou. Na sexta-feira, o presidente
divulgou uma nota em que não mencionava a greve, apenas criticava 'atos
isolados de violência'.
Em vídeo divulgado nas redes sociais nesta segunda-feira, o
presidente Michel Temer defendeu as mudanças na lei trabalhista, dizendo
que a reforma marca um "momento histórico". "A nova lei garante os
direitos não só para os empregos diretos, mas também para os temporários
e terceirizados. Todos com carteira assinada. Portanto, concede
direitos àqueles trabalhadores que antes não tinham. Empresários e
trabalhadores poderão negociar acordos coletivos de maneira livre e
soberana. O diálogo é a palavra de ordem", afirmou. Ao cumprimentar o
trabalhador, trago mensagem de otimismo. De crença no Brasil e na força
de cada um para transformar o nosso país.
O evento da Força Sindical terá apresentações de cantores como Michel
Teló e Zezé Di Camargo & Luciano e sorteio de 19 carros oferecidos
pela montadora Hyundai.
Notícias ao Minuto com informações do Estadão.
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