Ministério Público Federal confirma acordo de leniência com Rolls Royce na Lava Jato
A policeman stands in front of the Petrobras headquarters during a protest in Rio de Janeiro March 4, 2015 - REUTERS/Sergio Moraes |
O
Ministério Público Federal (MPF) confirmou nesta terça-feira (17) que
firmou acordo de leniência com a empresa britânica Rolls Royce em meio
às investigações da Operação Lava Jato. O acordo prevê que a
multinacional pague R$ 81.183.700, que serão integralmente destinados ao
ressarcimento dos prejuízos causados à Petrobras.
A empresa é
suspeita de pagar propina para funcionários da Petrobras para fechar
contrato para fornecer turbinas de geração de energia para plataformas
de petróleo.
O acordo foi firmado na sexta (13) e vai ser
submetido à homologação da 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do
Ministério Público Federal.
O anúncio de cooperação foi feito
inicialmente pela própria Rolls Royce, que divulgou acordo com as
autoridades brasileiras, americanas e da Grã-Bretanha para auxiliar em
investigações sobre casos de corrupção nos três países.
O acordo
Acordo
de leniência é uma espécie de delação premiada voltada a empresas. O
objetivo do mecanismo é obter informações de companhias acusadas de
corrupção, em troca de redução de punições.
No caso da Rolls
Royce, o pagamento de multas devem chegar a US$ 25,58 milhões no Brasil,
a quase US$ 170 milhões nos Estados Unidos, além de 497 milhões de
libras esterlinas na Grã-Bretanha.
Conforme o comunicado da Rolls
Royce, o único acordo que já está fechado é com as autoridades
britânicas. Os acordos da empresa no Brasil e nos Estados Unidos ainda
estão sob negociação.
Segundo a empresa, se confirmados, o total dos acordos, nos três países, chega a 671 milhões de libras esterlinas.
A
Rolls-Royce entregou ao MPF, no iníciode 2015, os resultados de
investigação interna promovida por escritório especializado e se colocou
à disposição das autoridades para o esclarecimento dos fatos e
indicando seu interesse em arcar com sua responsabilidade, de acordo com
o Ministério Público Federal. A atitude da empresa britânica, conforme o
MPF, foi espontânea.
‘Comportamento adequado’
“Esse
é o comportamento adequado de pessoas jurídicas que implantaram
programas efetivos de integridade: ao invés de negarem os fatos e
adotarem medidas para obstruir as investigações, espera-se que essas
empresas promovam suas próprias investigações, forneçam todas as provas
às autoridades sem restrições e busquem ressarcir todos os prejuízos
causados. Com isso, as empresas conseguem, além de solucionar pendências
com a Justiça, demonstrar que estão realmente dispostas a manter suas
operações sem a prática nefasta da corrupção. Esperamos que esse
comportamento também seja um legado da Operação Lava Jato para um
ambiente de negócios mais saudável no país”, pontuou o procurador da
República Paulo Roberto Galvão, da força-tarefa da Operação Lava Jato,
em nota enviada pelo MPF nesta terça-feira.
Rolls Royce e a Lava Jato
A Rolls Royce foi citada por Pedro Barusco, ex-gerente da estatal e um dos delatores da Operação Lava Jato.
Em
trecho do depoimento da delação premiada de Barusco, que veio a público
em fevereiro, o ex-gerente disse que a empresa britânica pagou propina
para assegurar um contrato de US$ 100 milhões com a estatal.
No
mesmo depoimento, Barusco afirma não se recordar quem foi beneficiado na
divisão das propinas, mas diz que ele próprio recebeu US$ 200 mil da
Rolls-Royce.
G1
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