terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Açude Boqueirão

Açude Epitácio Pessoa completa 60 anos de fundação em meio a sua pior crise

Açude Epitácio Pessoa completa 60 anos em meio a sua pior crise
O que seria um oásis bem no meio do Cariri paraibano, mais parece uma ilha perdia no deserto do Estado. Construído pelo Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), entre os anos de 1951 e 1956, tendo sido inaugurada pelo presidente Juscelino Kubitschek em janeiro de 1957, o açude Epitácio Pessoa conhecido como Açude de Boqueirão, no Cariri paraibano completa 60 anos de fundação.
O açude que é responsável pelo abastecimento de Campina Grande e mais 18 municípios do Compartimento da Borborema, atravessa a pior crise de sua historia, e está praticamente está seco.
Depois de já ter sangrado por 18 vezes, o manancial está apenas 4,8% da capacidade total, um nível nunca alcançado em seis décadas de história. A esperança de dias melhores para o açude está na conclusão das obras da Transposição do Rio São Francisco.
Com capacidade para armazenar 411,686 milhões de metros cúbicos de água, o manancial inaugurado em 16 de janeiro de 1957 está com apenas 18,565 milhões, conforme os dados da Agência Executiva de Gestão de Águas da Paraíba (Aesa). Por conta do baixo nível, as cidades abastecidas enfrentam um forte esquema de racionamento de água há mais de dois anos. Segundo o especialista e recursos hídricos, Isnaldo Luna, que durante 20 anos monitorou o açude como gerente de bacias hidrográficas da Aesa, o açude de Boqueirão divide momentos de sangrias maravilhosas, mas também de secas terríveis.
Sangrias e secas tem marcado o açude. Desde a inauguração ele sangrou 18 vezes, nos anos de 1967, 1968, 1973, 1974, 1975, 1976, 1978, 198, 1984, 1985, 1986 e 1989. Depois ele passou 15 anos sem sangrar.
Em 28 de dezembro de 1999, o manancial atingiu o pior nível de sua história, antes da seca atual, chegando ao nível de 14%. Os dias de preocupação acabaram da época cessaram em 1º de fevereiro de 2004 voltou a atingir o nível máximo. As outras novas sangrias ocorreram em 2005, 2006, 2008, 2009 e 2011. As sangrias proporcionavam cenas espetaculares. O enorme paredão de água formavam cachoeiras que jorravam abundantemente.
Quando o açude de Boqueirão sangrou pela última vez, em 2011, segundo relembrou Isnaldo Cândido, ele teve a melhor fase de sua história. Segundo os dados da Aesa, ele passou 202 dias transbordando água sem parar. A sangria começou no dia 6 de março de 2011 e só parou no dia 22 de setembro daquele ano.
A realidade hoje é bem diferente. A água que antes ocupava toda uma área que mais parecia um “mar” no Cariri paraibano, recuou significativamente, dando lugar a pequenas ilhas.  No manancial já é possível identificar mais de 15 ilhas e morros, que antes eram cobertos pela água do açude. A torre de comando que faz o bombeamento da água para o abastecimento dos municípios pode ser vista em toda sua totalidade. A vegetação seca,  os peixes mortos nas margens do açude e os barcos dos pescadores abandonados, também atestam o drama causado por uma das mais rigorosas estiagens dos últimos 30 anos. O aparecimento dos rochedos antes submersos, mostram a gravidade da seca. 
Severino Lopes - PB Agora

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