quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O incansável carpinteiro de Nazaré

JESUS CRISTO, O CARPINTEIRO ESCULTOR DE ALMAS

“E todos lhe davam testemunho, e se maravilhavam das palavras de graça que saíam da sua boca, e diziam: Não é este o filho de José?”. Lc 4.22

Em sua arte magistral, Jesus talha toda a brutalidade pecaminosa de nossas vidas e transforma-nos em obra de arte incalculável valor aos olhos humanos.
De modo geral, nós seres humanos procuramos Deus no espetacular e extraordinário. Parece-nos de pouca dignidade encontrá-lo no simples e habitual, no normal e não vistoso. Segundo os relatos bíblicos, a verdadeira dificuldade para acolher o Filho de Deus, não foi a sua grandeza extraordinária ou o seu poder subjugante, mas precisamente o encontrar-se com “um carpinteiro”, filho de uma plebéia, membro de uma família insignificante (Mt 13.55). A encarnação de Deus num carpinteiro faz-nos ver, porém, a simplicidade de um Deus que não é um exibicionista, mas um Deus discreto, humilde e compassivo.
JESUS, O CARPINTEIRO DE NAZARÉ
Quando Jesus foi a Nazaré, Ele mesmo Se colocou à prova, a uma severa prova. Ele estava indo para o lugar onde havia crescido. Ninguém tinha críticas mais severas do que aqueles que O conheciam desde a infância.
Todos ficaram escandalizados por um homem com a formação de Jesus falar e fazer o que Ele falava e fazia. A familiaridade, de fato, provocou o desprezo.
Eles se recusaram a ouvir o que Ele dizia e a única reação que tiveram foi a de perguntar: “Não é este o carpinteiro?” (Mc 6.3)
Em Nazaré, mais do que em qualquer outro lugar, a reação apresentada à pregação de Jesus foi de rejeição e repúdio (Mc 6, 1-6). A rejeição em Nazaré era mais consciente, específica, a ponto do próprio Jesus “admirar-se da incredulidade deles” (Mc 6.6), e dizer: “que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra” (Lc 4.24).
A razão principal da rejeição sofrida por Jesus em Nazaré, foi não ter correspondido às expectativas de seus conterrâneos. Esperavam um Messias mais sensacional, e não apenas o filho de José, o carpinteiro (Lc 4.22; Mc 6.3). Era muito difícil para eles acreditar que Deus fosse aquele menino que viram durante toda infância crescer pelo vilarejo. Realmente, Deus trabalha com coisas loucas para confundir (1Co 1.27).
JESUS, O GRANDE ESCULTOR E ARTÍFICE
Na época em que Jesus viveu, as profissões não tinham equivalência às dos nossos dias. Ainda não tinham surgido as profissões de Arquiteto nem de Engenheiro de Construção Civil e quem exercia estas funções era o carpinteiro ou o pedreiro mais experiente e especializado. Mas, nessa época, havia ainda, uma outra grande responsabilidade, pois era o profissional que escolhia e talhava a pedra, que nesse tipo de construção mantinha a solidez do edifício.
Ele com certeza desenvolveu uma capacidade especial: a de olhar para um pedaço bruto de lenho e enxergar ali uma linda peça de arte. O processo não é fácil. Exige dedicação e horas de trabalho. Entre marteladas e cortes, pouco a pouco se vai formando uma maravilhosa escultura.
Mais tarde, Ele aplicou tudo o que aprendera na oficina de seu pai, em seu ministério. Ao passar por situações desagradáveis, nos confortamos em saber que tudo o que acontece é porque Deus permitiu e cooperará para o nosso bem. Marteladas, pregos e cortes doem, mas tão necessários quanto respirar. Só assim Deus poderá completar a boa obra que Ele começou em nós.
Era muito desesperador se tornar leproso nessa época. A história desse homem nos chama a atenção porque nos tempos do Novo Testamento a lepra era a doença mais temida. A enfermidade deixava o corpo como uma massa de úlceras e putrefação. Os dedos encolhiam e se retorciam. Pedaços de pele perdiam a cor e fediam.
Certos tipos de lepra matam os terminais nervosos, e isso produz a perda de dedos, e até de pés e mãos. A lepra era morte por centímetros. As conseqüências sociais eram mais severas que as físicas. Considerada contagiosa, o leproso era obrigado a guardar quarentena, proscrito a uma colônia de leprosos. Era rejeitado por todos os que o conheciam, evitado por pessoas que não conhecia, condenado a um futuro que não podia suportar.
JESUS, O GRANDE CONSELHEIRO
O carpinteiro de Nazaré que impactou o mundo com suas Palavras jamais errou acerca de qualquer assunto. Ele foi completo porque sua vida, personalidade e caráter autenticavam Suas obras. Seus discursos englobavam o mais alto e refinado nível de sabedoria.
Ao discursar a Seu respeito, Pedro diz: Senhor, para quem iremos nós (Jo 6.68). Pedro não diz para “onde”, Ele sabia que só Jesus era a resposta para toda e qualquer indagação humana. Em Jesus estão as Palavras de vida eterna (Jo 6.68).
A Bíblia nos revela grandes exemplos de pessoas que começaram bem e terminaram mal. Sansão, Salomão, Judas e muitos outros, poderiam terminar de forma diferente. Mas, esqueceram que servir a Deus inclui algumas renúncias e um tipo de vida separada e diferente.
Vivemos em um mundo egoísta, abarrotado de pessoas que visam somente seus próprios interesses. Devemos ter o cuidado para não sermos absorvidos por esse sistema, deixando Deus moldar a cada dia a nossa vida, para que não venhamos repetir as mesmas falhas daqueles que um dia criticamos.
AS TRÊS GRANDES LIÇÕES DA CARPINTARIA
O “tekton” na época de Jesus era responsável por dar a forma a todo o material que selecionava. Antes de qualquer talhada ou corte, o “tekton” analisava que tipo de material iria usar, o buscava onde estivesse e na oficina iniciava o processo de transformação.
Assim como Jesus selecionava o material que transformaria em obra de arte, devemos ter a consciência de que fomos chamados por Deus para que nos transformemos em algo belo e maravilhoso aos seus olhos. Se isto ainda não aconteceu, fiquemos atentos ao Seu trabalhar. O processo em muitas pessoas é lento e doloroso, mas ao final nosso valor será acrescido. Seremos uma obra talhada, sem defeitos e assinada pelo maior artífice que o mundo já conheceu.
CONCLUSÃO
A mensagem do carpinteiro de Nazaré é simples, porém de muita praticidade em nossas vidas. Embora não fosse nascido em berço de nobreza, filho de uma plebéia e numa cidade totalmente desfavorecida. Ele não dependeu destes fatores para ser o que era. Isto nos ensina que podemos ser o que Deus quer que sejamos. E, que independe de condições favoráveis ou não.     
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