Passageiros terão que pagar a partir do mês de março por bagagens em voos

Atualmente,
a franquia de bagagens é de um volume de 23 quilos nos voos domésticos e
de dois volumes de 32 quilos nos internacionais.
As novas regras
para o transporte aéreo de passageiros estão em consulta pública desde
março e deverão ser aprovadas pela diretoria da Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac) amanhã (13). Para a agência, a liberalização das
franquias vai trazer benefícios aos passageiros.
“A Anac não vai
mais dizer que o passageiro vai ter que pagar necessariamente por uma
peça de 23 quilos. Pode ser 23 quilos, 10 quilos, 15 quilos. O que não
faz sentido é a Anac continuar estipulando que as empresas são obrigadas
a seguir esse modelo no mercado doméstico e também internacional”,
disse hoje (12) o superintendente de Acompanhamento de Serviços Aéreos
da Anac, Ricardo Catanant, em entrevista transmitida pelo Facebook.
Segundo
Catanant, os estudos da agência e o comportamento do mercado no resto
do mundo demonstram que o fim da franquia beneficia os passageiro.
“Acreditamos que isso deverá se refletir em melhores e mais
diferenciados serviços”. Segundo ele, o impacto da mudança no valor das
tarifas deve ser sentido pelos passageiros a partir da metade do ano que
vem.
O secretário de Política Regulatória de Aviação Civil,
Rogério Coimbra, disse que, no ano passado, 41 milhões de pessoas
viajaram no Brasil sem levar bagagens, o que equivale a cerca de 35% do
total de viajantes. “Imagina quantas pessoas deixaram de viajar por
conta dessa impossibilidade de ter um bilhete mais barato.” Atualmente,
além do Brasil, apenas Rússia, Venezuela, México e China têm a franquia
de bagagem regulada pelo governo.
A Anac ainda não consegue
estimar qual será a redução no preço das passagens com a mudança. “Mas
temos convicção de que essa medida puxa o preço para baixo”, afirmou
Coimbra. Segundo o secretário, sabendo com antecedência quanta bagagem
deverá levar em cada voo, a companhia aérea poderá prever o espaço que
será utilizado no porão da aeronave e usar o restante para o transporte
de cargas.
Direito do consumidor
Para o
Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), não existe garantia
sobre a redução do preço da passagem com o fim da franquia de bagagem.
Segundo o órgão, não há regulação sobre a oferta do serviço ao
consumidor, o que poderia confundi-lo na hora da compra.
O Idec encaminhou uma carta à Anac para reforçar os direitos dos consumidores que utilizam o transporte aéreo.
Assistência material
Na
reunião de amanhã, a diretoria da Anac deverá manter os direitos dos
passageiros no caso de atrasos ou cancelamentos de voos, como
comunicação, alimentação, transporte e hospedagem. A proposta
apresentada pela agência em março previa que o direito à assistência
material poderia ser suspenso em casos de força maior imprevisível, como
mau tempo que leve ao fechamento do aeroporto. Segundo Catanant, essa
mudança foi revista depois da avaliação de órgãos de defesa do
consumidor, que consideraram a medida um retrocesso.
“A agência
está ponderando e a tendência é que a assistência material válida desde
2010 deve permanecer inalterada, se a diretoria aprovar da forma que a
área técnica encaminhou”, disse.
A possibilidade de transferência
do bilhete aéreo para outro passageiro também não deve ser aprovada,
segundo Catanant. Segundo ele, a medida poderia prejudicar o consumidor,
uma vez que agências de viagem poderiam comprar as passagens mais
baratas para revender depois.
Agência Brasil
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