Ministro do STF diz estar pronto para tratar impeachment de Michel Temer

O
ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), enviou
ofício à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, para informar que
está pronto para relatar a ação sobre o pedido de abertura de comissão
especial do impeachment do presidente Michel Temer.
Em despacho enviado na noite de terça (13), Marco Aurélio afirma que
está pronto desde maio para relatar o caso e que a inserção da ação na
pauta do plenário fica a cargo da presidente Cármen Lúcia.
"Em 16 de maio último, declarei-me habilitado a relatar e proferir voto
no plenário do Supremo. A inserção do processo na pauta dirigida é
atribuição exclusiva da Presidência do Tribunal. 3. Remetam cópia do
ofício do Presidente da Câmara - deputado Rodrigo Maia - e deste despacho à
Presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia", informa trecho da
decisão do ministro.
O pedido de impeachment de Temer foi apresentado em dezembro de 2015 por um advogado mineiro.
Para o advogado, Temer cometeu crime de responsabilidade fiscal e
atentou contra a lei orçamentária ao assinar decretos autorizando a
abertura de crédito suplementar sem autorização do Congresso - as mesmas
irregularidades que motivaram o pedido de impeachment da ex-presidente
Dilma Rousseff.
O então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) rejeitou instalar a
comissão especial por considerar que não houve crime de
responsabilidade por parte de Temer.
Para Marco Aurélio, Cunha não poderia ter arquivado o pedido, pois a
decisão caberia à comissão especial formada por parlamentares. Ele
concedeu concedeu uma liminar (decisão provisória) ao advogado,
determinando a instalação da comissão.
A decisão do ministro está sendo descumprida desde então.
Em maio, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, se manifestou contra a decisão de Marco Aurélio.
Segundo ele, a decisão extrapolou o pedido feito pelo autor da ação,
pois o objetivo do advogado era suspender o processo contra Dilma pela
conexão com a situação de Temer até que o Supremo analisasse o mérito da
questão.
Na semana passada, Marco Aurélio cobrou a demora da Câmara em instalar a comissão do impeachment.
O atual presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), respondeu
que não poderia indicar os integrantes da comissão, ato que depende dos
líderes partidários.
Maia disse ainda que "levando em conta o ônus institucional acarretado
pelo procedimento" e considerando que a decisão de Marco Aurélio "já
completa oito meses de vigência", solicita o apoio do ministro para
levar a ação ao plenário do STF "até o encerramento deste ano judiciário
ou, alternativamente, o mais brevemente possível". O recesso do Supremo
começa na terça (20). Com informações da Folhapress.
Notícias ao Minuto
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