Em última coletiva como presidente, Barack Obama diz que Rússia é país fraco
O
presidente dos Estados Unidos (EUA), Barack Obama, disse que não há
dúvida de que a Rússia interferiu na campanha eleitoral norte-americana
de novembro deste ano ao hackear as contas de e-mails
do Partido Democrático. “Trata-se de fatos baseados em uma pesquisa
uniforme feita por todas as agências de inteligência”, afirmou ontem
(16), durante sua última entrevista como presidente.
Obama foi enfático sobre o assunto, dizendo para a Rússia “parar” com o hacking
porque os Estados Unidos também têm a capacidade de fazer o mesmo com o
governo de Vladimir Putin. “Quero mandar uma mensagem clara para a
Rússia e para os outros: não continuem com isso porque podemos começar a
fazê-lo também”. Para ele, a candidata democrata Hillary Clinton acabou
não sendo “tratada de maneira justa nas eleições”.
Obama afirmou
ainda que a Rússia é uma nação menor e mais fraca. “Sua economia não
produz nada que alguém queira, com exceção de gás e armas. Eles não
inovam”. O presidente norte-americano acrescentou que “não acontece
muita coisa na Rússia” sem Putin, mas não acusou o presidente russo de
ter ligações pessoais com os casos de hacking nos EUA, limitando-se a dizer que os crimes aconteceram “nos níveis mais altos do governo russo”.
Além
disso, disse que Putin pode “enfraquecer” os Estados Unidos “como ele
está tentando enfraquecer a Europa” se o país começar a “comprar as
noções de que é ok intimidar a imprensa ou prender dissidentes”. Ainda
sobre o caso de hacking da Rússia, Obama criticou a posição de
apoio ao país manifestada pelos republicanos, disse que o ex-presidente
“Ronald Reagan estaria rolando na tumba” com essa ideia e mandou
indiretamente um recado sobre o assunto parao seu sucessor, o
presidente eleito Donald Trump.
“A esperança é de que o meu
sucessor tenha o mesmo tipo de preocupação e determinação no combate a
certas interferências”. O presidente afirmou que Trump “escutou” as
“sugestões bastante específicas” que fez sobre o assunto, mas que não
pode confirmar que “ele irá implementá-las”. Obama lembrou que as suas
“conversas foram cordiais” e não “defensivas”.
Na semana passada, a
agência de inteligência norte-americana CIA concluiu que a Rússia
interveio nas eleições presidenciais dos Estados Unidos deste ano em
favor do candidato republicano Donald Trump, que acabou saindo
vitorioso. Segundo a agência, que depois recebeu o apoio de outras nas
investigações, à medida que a campanha eleitoral terminava, o governo
russo, e talvez até Putin, ajudou o magnata a vencer a ex-secretária de
Estado norte-americana Hillary Clinton ao mandar hackear os e-mails do Partido Democrata e divulgá-los aos poucos em páginas do WikiLeaks.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário