Executivo da Odebrecht cita Michel Temer 43 vezes e Romero Jucá 105 em delação
O
presidente Michel Temer (PMDB) é citado 43 vezes no depoimento de
delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações
Institucionais da Odebrecht. A informação é da Folha de S. Paulo.
Além
dele, o senador Romero Jucá (PMDB) aparece 105 vezes no documento. Já o
ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, é mencionado 45 vezes e Moreira
Franco, secretário de Parceria e Investimentos do governo, 35.
Por fim, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, que pediu demissão recentemente, surge em 67 trechos.
TEMER TEVE PAPEL RELEVANTE NA ARRECADAÇÃO
Melo
Filho afirmou que o presidente atua de forma “indireta” na arrecadação
financeira do PMDB, mas teve papel “relevante” em 2014, quando pediu R$
10 milhões a Marcelo Odebrecht para a campanha eleitoral.
Segundo
o delator, Temer colocou o ministro Eliseu Padilha de operacionalizar
pagamentos de campanha. O ministro cuidou de R$ 4 milhões daqueles R$ 10
milhões e os distribui.
EXECUTIVO DETALHA PEDIDO
“Foi
ele o representante escolhido por Michel Temer -fato que demonstrava a
confiança entre os dois-, que recebeu e endereçou os pagamentos
realizados a pretexto de campanha solicitadas por Michel Temer. Este
fato deixa claro seu peso político, principalmente quando observado pela
ótica do valor do pagamento realizado, na ordem de R$ 4 milhões”.
“Chegamos
no Palácio do Jaburu e fomos recebidos por Eliseu Padilha. Como Michel
Temer ainda não tinha chegado, ficamos conversando amenidades em uma
sala à direita de quem entra na residência pela entrada principal.
Acredito que esta sala é uma biblioteca”, disse o delator.
“Após
a chegada de Michel Temer, sentamos na varanda em cadeiras de couro
preto, com estrutura de alumínio. No jantar, acredito que considerando a
importância do PMDB e a condição de possuir o Vice-Presidente da
República como presidente do referido partido político, Marcelo
Odebrecht definiu que seria feito pagamento no valor de R$ 10 milhões”,
diz.
“Claramente,
o local escolhido para a reunião foi uma opção simbólica voltada a dar
mais peso ao pedido de repasse financeiro que foi feito naquela ocasião.
Inclusive, houve troca de e-mails nos quais Marcelo se referiu à ajuda
definida no jantar, fazendo referência a Temer como ‘MT'”, ressalta o
ex-executivo da Odebrecht.
TEMER ATINGIA INTERESSES PESSOAIS, DIZ DELATOR
Segundo
o executivo, “o atual presidente da República também utilizava seus
prepostos para atingir interesses pessoais, como no caso dos pagamentos
que participei, operacionalizado via Eliseu Padilha”.
Segundo a Folha, todos os citados têm negado qualquer irregularidade na relação com a Odebrecht.
Yahoo
Nenhum comentário:
Postar um comentário