Jantar do presidente Michel Temer por apoio à PEC custou R$ 35,4 mil aos cofres públicos
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Uma semana depois do jantar a deputados, Michel Temer ofereceu um banquete para senadores aliados no qual pediu votos para aprovar a PEC do teto de gastos - (Foto: Beto Barata / Presidência) |
O jantar
oferecido em 9 de outubro pelo presidente Michel Temer a deputados para
pedir apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita os
gastos federais nos próximos 20 anos custou R$ 35,4 mil aos cofres
públicos, informou a Presidência da República ao G1 por meio da Lei de Acesso à Informação.
Segundo o Palácio do Planalto, o jantar reuniu cerca de 300 convidados, entre deputados da base aliada, ministros e economistas.
Parlamentares que foram ao Palácio da Alvorada relataram que no cardápio tinha filé mignon, camarões, arroz, legumes e salada.
Os
garçons que circulavam pelos salões da residência oficial serviram um
vinho tinto produzido no Rio Grande do Sul que custa, em média, R$ 100 a
garrafa. Além disso, havia uma mesa à disposição dos convidados com
café e licores.
O G1
consultou três empresas de Brasília especializadas em serviços de
buffets que apresentaram orçamentos para jantares semelhantes ao servido
por Temer no Alvorada.
No
levantamento feito pela reportagem, o banquete para o mesmo número de
convidados custaria entre R$ 38,4 mil e R$ 42 mil. O valor por convidado
nos buffets consultados pelo G1 oscilaram entre R$ 128 e R$ 140.
O Palácio do Planalto se limitou a fornecer, por meio da Lei de Acesso à Informação, o que teria sido o custo total do jantar.
A
assessoria da Presidência não quis informar, por exemplo, o que foi
servido às autoridades, o nome da empresa que forneceu o buffet e o
número exato de convidados. Para negar essas informações, a Presidência
argumentou que o detalhamento dos serviços é “classificado como
reservado”.
Jantar aos senadores
O jantar oferecido aos deputados foi o primeiro organizado pelo
presidente da República para atrair votos para a chamada PEC do teto de
gastos, que barra, nas próximas duas décadas, o crescimento das despesas
federais à inflação do ano anterior.
Uma
semana depois do jantar servido aos deputados, Temer abriu os salões do
Palácio da Alvorada para um segundo evento, desta vez com cerca de 80
senadores, deputados e ministros.
Atualmente,
o texto já foi aprovado em dois turnos na Câmara e em uma rodada no
Senado. Ainda falta uma votação no plenário do Senado para a proposta do
governo entre em vigor. A previsão é de que a análise da PEC seja
concluída em 13 de dezembro.
A
proposta é alvo de críticas da oposição e de movimentos sociais e
estudantis por impor cortes de gastos nas áreas de saúde e educação.
Coquetel
Às vésperas da votação do segundo turno da PEC do teto de gastos na
Câmara, foi a vez do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
oferecer, em sua residência oficial, um coquetel para pedir votos para a
proposta do governo.
O
evento custou R$ 4,7 mil aos cofres da Câmara, informou a assessoria da
presidência da Casa. No coquetel do presidente da Câmara foram servidos
sanduíches, dois tipos de caldos, sucos, refrigerantes, água, café e
chá.
Segundo
a presidência da Câmara, o custo do evento se refere apenas aos gastos
com alimentação e aluguel de toalhas. Serviços e materiais de limpeza e
segurança, afirmou a casa legislativa, foram os habitualmente
disponibilizados para a residência de Rodrigo Maia, sem custos
adicionais.
G1
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