Suspeito confesso de matar e esquartejar família paraibana diz que achou ‘cruel’ matar apenas o tio
O
jovem François Patrick Gouveia, suspeito confesso de matar e
esquartejar uma família brasileira em Pioz, na Espanha, admitiu em
depoimento à Justiça espanhola que planejou o crime e que decidiu matar
toda a família porque matar apenas o tio dele, Marcos Campos, “parecia
cruel”. Ele afirmou ainda que sentiu “necessidade de matar”. A
declaração foi dada à Justiça de Guadalajara, na segunda-feira (14), e a
emissora de TV espanhola Antena3 teve acesso a trechos do depoimento
nesta quarta-feira (16).
De acordo com a emissora, Patrick negou
que havia agido por impulso e disse que foi até a casa da família do tio
com a intenção de matar todos os parentes. “Matei os quatro porque
matar apenas Marcos me parecia cruel. Não ia deixar uma família sem
marido e sem pai. Não sofreram, não gritaram, foi muito rápido”, disse o
jovem em depoimento.
Também pela primeira vez, Patrick falou que
sabia que seria preso na Espanha e diz ter voltado ao Brasil após o
crime para se despedir da família. Ele também falou em arrependimento.
“Sim, eu me arrependo de ter matado. É tudo minha culpa”, comentou.
Patrick
Gouveia explicou neste segundo depoimento como surgiu a ideia de
realizar os assassinatos e chegou a dizer que pensou muito antes de
executá-los.
Segundo o jovem, não foi a primeira vez que ele
sentiu vontade de matar alguém. “Três dias antes [do crime], senti a
necessidade de matar. Isso acontece muitas vezes, desde os 12 anos.
Quando isso acontece, eu bebo muito”, declarou o jovem, segundo a
emissora.
Em 2013, quando o jovem tinha 16 anos, ele foi detido em Altamira, no Pará, após esfaquear um professor dentro da sala de aula.
Ainda
segundo a emissora de TV, Patrick também comentou sobre a relação dele
com Marvin Henriques, jovem que foi preso em João Pessoa suspeito de
participar do crime. Marvin é amigo de Patrick e teria dado dicas ao
suspeito por meio de mensagens no WhatsApp enquanto o jovem cometia os
crimes na Espanha. Ele foi indiciado pela Polícia Civil paraibana por
participar diretamente na morte de Marcos Campos, uma vez que o contato
entre os dois começou depois da morte da mulher e das duas crianças.
No
depoimento, Patrick Gouveia afirmou que o amigo não sabia do plano de
assassinar a família, e que a proximidade entre os dois aumentou após o
caso da tentativa de assassinato do professor. “É como se fosse um irmão
mais novo. Ele é muito bom. Sua mãe era psiquiatra e me ajudou muito.
Somos inseparáveis”, afirmou.
Relembre o caso
Os
corpos de Janaína, Marcos e das duas crianças foram achados
esquartejados em uma casa na cidade espanhola de Pioz em setembro,
depois que um vizinho alertou sobre o mal cheiro perto da casa da
família.
Após o início das investigações, a Justiça emitiu uma
ordem de prisão europeia e internacional contra Patrick, mas até então o
suspeito ainda não havia recebido nenhuma notificação sobre o mandado
de prisão no Brasil.
Ele resolveu se entregar após o advogado
dele, Eduardo Cavalcanti, voltar para o Brasil e explicar à família os
detalhes do processo. O advogado informou que Patrick acredita poder se
defender melhor das acusações na Espanha.
MaisPB
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