"Erupção minoica": Erupções, tsunamis, civilizações arrasadas e relatos bíblicos
Há
aproximadamente 3.600 anos a ilha mediterrânea de Santorini sofreu um
dos episódios vulcânicos mais impressionantes já registrados na
História. A erupção acabou com boa parte da ilha, deixando sequelas
visíveis em sua enorme caldeira, e dando lugar a gigantescos tsunamis
que cruzaram todo o Mediterrâneo e destruíram ou afetaram gravemente as
populações cretenses assentadas nas ilhas mais próximas. Este evento
catastrófico é conhecido como “Erupção Minoica”, e suas consequências foram capazes de enfraquecer uma das civilizações mais avançadas de seu tempo.
Foram publicadas dezenas de estudos históricos e científicos que conectam esta gigantesca erupção e os tsunamis criados a partir dela à origem de diversas passagens mitológicas e até bíblicas. Acredita-se que boa parte da narrativa que deu lugar ao mito de Atlântida possa ter surgido com a inundação de assentamentos minoicos. Há um ano, pesquisadores da Universidade de Sevilha, na Espanha, publicaram um estudo em que relacionavam estes eventos catastróficos no Mediterrâneo a algumas passagens bíblicas como o Êxodo ou as pragas do Egito.
Foram
publicadas dezenas de estudos históricos e científicos que conectam
esta gigantesca erupção e os tsunamis criados a partir dela à origem de
diversas passagens mitológicas e até bíblicas. Acredita-se que boa parte
da narrativa que deu lugar ao mito de Atlântida possa ter surgido com a
inundação de assentamentos minoicos. Há um ano, pesquisadores da
Universidade de Sevilha, na Espanha, publicaram um estudo em
que relacionavam estes eventos catastróficos no Mediterrâneo a algumas
passagens bíblicas como o Êxodo ou as pragas do Egito.
Apesar de importância da Erupção Minoica para as incipientes sociedades mediterrâneas da Idade do Bronze, até pouco tempo não sabíamos com segurança como este “apocalipse cretense” havia ocorrido.
As teorias mais aceitas até o momento apontavam que o colapso da caldeira principal arrastou bruscamente milhares de toneladas para o mar, criando assim as gigantescas ondas que acabaram alcançando as costas mediterrâneas em poucas horas.
No entanto, um novo trabalho publicado na Nature Communication há alguns dias mudou completamente esta imagem da caldeira desmoronando, e oferece dados que mostram que na realidade a causa das grandes ondas que acabaram por arrasar as populações minoicas foi a enorme quantidade de material expelido pelo vulcão.
Se imaginarmos a cena, o panorama deve ter sido aterrorizante: milhares de toneladas de material ardente deslizando com rapidez pelas laterais do vulcão e deslocando um enorme volume de água ao chegar ao mar.
Os pesquisadores reforçam esta nova teoria ressaltando que em locais no fundo do mar próximos a Santorini é possível encontrar até 60 metros de material piroclástico datado da época em que a erupção ocorreu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário